A Casa Branca afirmou nesta quinta-feira (17) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "não está tentando ser o imperador do mundo". A declaração foi feita pela porta-voz Karoline Leavitt em resposta às críticas do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, conforme informações da Agência Brasil.
Em entrevista à CNN Internacional, Lula havia declarado que Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, e não para governar o mundo, referindo-se a ele como "imperador do mundo". Na mesma ocasião, o presidente brasileiro afirmou que o Brasil está disposto a negociar, mas que o país "não aceitará nada que lhe seja imposto".
A porta-voz da Casa Branca descreveuTrump como um "presidente forte" e "líder do mundo livre". Sobre as tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros, Leavitt justificou que "as regulações digitais, a ausência de proteção da propriedade intelectual e as regras ambientais brasileiras têm prejudicado empresas e o agronegócio dos Estados Unidos".
Os Estados Unidos iniciaram uma investigação sobre práticas comerciais brasileiras que alegam ser "injustas" na última terça-feira (15). Esta medida foi anunciada após a ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras a partir de 1º de agosto. O serviço de pagamento eletrônico Pix tornou-se alvo da investigação, sob a alegação de que "criaria desvantagem competitiva para empresas do setor financeiro", como bandeiras internacionais de cartão de crédito.
Além do Pix, os Estados Unidos questionam o desmatamento, a corrupção e o tratamento dado a algumas grandes empresas de tecnologia (big techs). Essas questões foram levantadas no contexto das justificativas para as medidas comerciais propostas pelo governo americano.
Diante da situação, o governo brasileiro formou um comitê com representantes da indústria e de outros setores econômicos para buscar soluções e reverter a taxação. O presidente Lula já afirmou que, se necessário, o país poderá recorrer à Lei de Reciprocidade, que "autoriza o governo brasileiro a adotar medidas comerciais contra países que imponham barreiras unilaterais aos produtos do Brasil", permitindo a taxação de volta dos produtos norte-americanos.






