O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), uma das principais lideranças da direita no estado, manifestou-se sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, defendendo a pacificação nacional por meio de uma anistia. Para o governador, o foco do país tem sido desviado de questões econômicas urgentes para uma contínua disputa ideológica.
Ao comentar a decisão judicial, Mendes afirmou que não enxergou uma transgressão por parte do ex-mandatário. "Eu não vi o presidente Bolsonaro cometer qualquer crime. É um momento triste da história do país", declarou. Ele argumentou que a insistência nesse tipo de debate apenas alimenta um ciclo de antagonismo que prejudica o Brasil. "Se continua a polarização, continua essa briga ideológica", ponderou.
Ainda que tenha feito a ressalva de não conhecer os pormenores do processo judicial, e afirmando não querer "desrespeitar o Supremo Tribunal Federal", o governador apresentou sua perspectiva como cidadão sobre os eventos que levaram à condenação. "Eu, como brasileiro, não vi nenhum golpe, não vi nenhum tiro, eu não vi nenhum tanque na rua", pontuou.
Mendes questionou a validade de se punir uma intenção que não se materializou em ação concreta, sugerindo que o julgamento pode ter tido um viés político. "Pensar em fazer algo nunca foi crime nesse país. Talvez se pensaram, talvez imaginaram, mas não fez, não fez", disse ele, acrescentando que sua percepção foi corroborada por análises externas. "E eu vi que aquilo foi mais um julgamento político, segundo os grandes juristas, que eu vi muitos analistas fazendo."
Para Mauro Mendes, a controvérsia em torno do ex-presidente é "mais um capítulo que continua dividindo o Brasil". Ele lamentou que a atenção pública esteja voltada para essas questões enquanto problemas estruturais do país permanecem sem solução. "O Brasil fica discutindo todas essas polêmicas. Enquanto isso, a dívida pública cresce, o juro está sufocando a economia. A Previdência continua tendo déficits históricos e isso não se discute no país", criticou.
Diante desse cenário, o governador reforçou sua proposta de anistia como uma saída para a crise política. "Eu lamento profundamente esse capítulo da nossa história. Mais uma vez, eu reforço a minha convicção pela anistia, porque já foi feito anistia várias vezes nesse país", argumentou. Ele traçou um paralelo com o passado, lembrando que o perdão já foi concedido em outras circunstâncias. "Pessoas que torturaram, pessoas que cometeram grandes crimes e eu não vi, e nenhum brasileiro viu, o presidente Bolsonaro cometer nenhum tipo de crime. Eu acho que tem que ser feito anistia sim", defendeu.
Ao abordar os atos de 8 de janeiro, Mendes reconheceu que houve erros por parte dos manifestantes, mas questionou a proporcionalidade das penas aplicadas, comparando o tratamento dado a eles com o de outros grupos. "As pessoas do oito de janeiro, por exemplo, fizeram algo errado? Fizeram, sim! Mas já vi muitas vezes o MST invadir o Congresso Nacional, quebrar, depredar prédios públicos no Brasil inteiro. E eu nunca vi ninguém preso, condenado a catorze, dezessete anos", comparou.
Segundo ele, essa diferença de tratamento "é isso que precisa mudar". A anistia, em sua visão, seria a ferramenta para corrigir esse rumo e restaurar a normalidade institucional e social. "Então, por isso que eu defendo anistia e a melhor possível, aquela que pacifique o Brasil. Uma anistia que traga o Brasil pro rumo novamente e deixe de valorizar essas polarizações que não está contribuindo pra colocar a comida na mesa e muito menos pra resolver os grandes e graves problemas do país."






