Conforme dados reunidos pela Secretaria Estadual de Saúde, 20 municípios concentram o maior número de casos de infecção pelo novo coronavírus em Mato Grosso. São eles Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Lucas do Rio Verde, Tangará da Serra, Primavera do Leste, Sorriso, Sinop, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, Campo Verde, Cáceres, Colíder, Campo Novo do Parecis, Sapezal, Barra do Garças, Confresa, Querência, Peixoto de Azevedo e Jaciara.
Mato Grosso alcançou até esta quarta-feira (15) 1.196 mortes em decorrência do novo coronavírus e um total de 30.536 pessoas foram contaminadas. Houve um registro de 39 mortes em 24 horas e 618 novas confirmações.
Cuiabá já registrou 6.726 casos de Covid, sendo que destes 374 evoluíram para óbito. Várzea Grande teve 2.304 infectados e 212 mortos. Rondonópolis somou 2.114 contaminados e 107 mortes. Lucas do Rio Verde concentrou 1.551 casos e 20 falecimentos. Primavera do Leste 1.181 se contaminaram e 25 não resistiram. Em Sorriso esse número foi de 1.109 infectados e 29 mortos.
Ao todo estão internados 956 pessoas, sendo que destes 241 estão em UTIs públicas e 357 estão em enfermarias do Sistema Único de Saúde. Dos 275 leitos SUS, 256 estão ocupados. Diante disso, Mato Grosso conta com 19 unidades de terapia intensiva disponíveis.
Cenário alarmante
O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, tem afirmado que a única maneira de evitar a progressão da doença é fazendo um rigoroso isolamento social. "Eu sempre alertei que dias piores viriam. Na época estávamos como o penúltimo estado no número de casos no país. Hoje numa escala ascedente estamos em 5º ou 6º lugar, mas não é confortável. O que não deu certo? A única maneira de conter o vírus é o isolamento social. As pessoas transportam o vírus e infectam umas as outras. Não tivemos sucesso até agora. Não adianta ficar feche e volta", argumentou.
Segundo o secretário, é preciso adotar medidas mais drásticas até que a doença seja contida. "A doença não vai desaparecer do dia para a noite enquanto não houver uma vacina. Até que tenha a vacina vamos conviver com ela. O país já está na segunda onda de infecção e nós ainda nem vbencemos a primeira, quanto mais a segunda. Os números de casos aumentaram porque não conseguimos conter".
Leia mais: Reeducandos da Penitenciária Central do Estado passam por teste da Covid-19
Chapada dos Guimarães fechará somente aos finais de semana
De acordo com Figueiredo, nos finais de semana Mato Grosso consegue chegar a uma taxa de 50% de isolamento e durante a semana esse número cai para 35%. "Não é o prefeito, não é o governador, não é o secretário. São ações do conjunto e não funcionou, não deu certo. Tem gente entrando na justiça para acabar com o isolamento. Os números vão explodir e não teremos leito. Precisamos controlar ao nível da assistência do SUS. Triplicamos o número de leitos existentes no SUS, mas pode ser insuficiente se não segurarmos o número de infectados. O isolamento social nos bairros não acontece. A população menos abastada é que precisa do SUS. É melhor diminuir esse risco, mas as pessoas estão apostando que está potegidas. Muitos que se achavam protegidos não estão mais conosco hoje", desabafou.
O gestor da saúde asseverou que o melhor caminho ainda é a prevenção. "Tem que usar máscara, evitar aglomeração, até que tenha vacina. Enquanto não tiver não tem ninguém livre. Não é brincadeira. Não existe remédio para o tratamento. A taxa de letalidade de quem vai para a UTI é alta. É melhor evitar ficar doente".