Morreu na manhã desta quinta-feira (2), aos 73 anos, a jornalista Glória Maria, vítima de câncer. A informação foi confirmada pela Globo em nota enviada à imprensa.
Segundo a emissora, o tratamento que Glória fazia para combater as metástases cerebrais deixaram de fazer efeito nos últimos dias.
Em 2019, ela recebeu o diagnóstico de câncer no pulmão, que foi tratado com êxito a partir de imunoterapia. A doença, no entanto, se espalhou pelo cérebro. A apresentadora fez uma cirurgia, também bem-sucedida, mas precisou a voltar a se tratar no ano passado.
"Glória marcou a sua carreira como uma das mais talentosas profissionais do jornalismo brasileiro, deixando um legado de realizações, exemplos e pioneirismos para a Globo e seus profissionais", diz a nota da Globo.
Glória deixa duas filhas, Laura e Maria.
A jornalista construiu uma carreira cheia de momentos emblemáticos. Um deles aconteceu em 1977, quando ela se tornou a primeira repórter a entrar ao vivo e a cores no Jornal Nacional, da TV Globo, considerado o telejornal mais importante do país.
À época, a jornalista mostrou o movimento de saída de carros do Rio de Janeiro durante um fim de semana. Em entrevista ao projeto Memória Globo, ela lembrou que uma lâmpada queimou e ela precisou improvisar, algo que teve que fazer outras vezes ao longo de sua carreira.
"Quando a lâmpada queimou, faltava um minuto para a entrada ao vivo. O jeito foi acender a luz da Veraneio", disse ela, em referência a um carro que era usado pela emissora. Para conseguir fazer a reportagem, Gloria e o repórter cinematográfico tiveram que ficar de joelhos, com o farol no rosto da jornalista para garantir uma boa iluminação.
Glória Maria voltaria a ser pioneira três décadas depois. Em 2007, ela se tornou a primeira profissional a fazer uma transmissão em HD na televisão brasileira. A reportagem foi transmitida no Fantástico e falava sobre a festa do pequi, fruta de cor amarela adorada pelos índios Kamaiurás, no Alto Xingu.
Glória Maria nunca revelou qual era sua idade. Embora 73 anos era a idade que lhe atribuíam, Gloria não confirmava nem desmentia o número. Em entrevista a Mano Brown no podcast Mano a Mano, a apresentadora disse que gostava de driblar a curiosidade das pessoas.
"Não tem dados para provar e eu invento. Ninguém vai conseguir bater lé com cré porque eu confundi tanto que ninguém vai conseguir fazer a conta. E não é para esconder. É questão de cultura familiar."