O Governo de Mato Grosso está na fase final de uma negociação com o Banco Mundial que pode garantir o forte desenvolvimento da agricultura familiar no estado. Conforme o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (UB) um empréstimo de US$ 100 milhões está sendo articulado. Deste montante, US$ 20 milhões seriam dados em contrapartida pelo Palácio Paiaguás. O montante seria aplicado inteiramente na agricultura familiar como uma forma de desenvolver novas matrizes econômicas em Mato Grosso. As informações foram repassadas pelo parlamentar esta manhã, depois de sair de uma reunião com o governador Mauro Mendes (UB), que durou cerca de 2 horas.
“Existe já um processo em andamento com o Banco Mundial que já está em uma fase avançada que nós podemos ter aí 100 milhões de dólares para ser aplicado aqui na agricultor familiar. Então, basicamente a conversa foi em torno disso da criação de novas matrizes econômicas. Esse dinheiro vem num financiamento aí ao longo prazo com juros subsidiado para o estado e já está em fase de conclusão”, explicou Botelho.
Além da agricultura familiar, outra área que deve receber atenção redobrada neste segundo mandato de Mauro Mendes é o turismo. Conforme Botelho, existe um alinhamento do Executivo com o Legislativo de que é preciso avançar neste sentido principalmente na baixada cuiabana. O principal objetivo desse movimento é melhor distribuir a riqueza que é produzida em Mato Grosso, que atualmente desponta fortemente no setor do agronegócio.
“Mauro Mendes está preocupado com o desenvolvimento econômico e assimilar isso aí. A preocupação e o grande desafio daqui para frente e nós diminuirmos a pobreza no estado e termos mais distribuição de renda e isso passa pela viabilização da agricultura familiar, pelo turismo, pela agroindustrialização que gera muito emprego, renda, recurso. Conversamos sobre um trabalho nessa região de Nobres para implementar o turismo ali e essa cadeia do agricultor familiar que nós temos um potencial muito grande e nós temos que trabalhar em cima dela”.
Botelho lembrou que a Assembleia Legislativa já conta com uma comissão que discute a Agricultura Familiar e que o próximo passo será criar um grupo para fazer o mesmo com o Turismo. “Nós vamos criar um modelo para nós fazermos o desenvolvimento do turismo no estado”, salientou.
A viabilização de novas matrizes econômicas pode ser uma saída para a recorrente queda de arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) que Mato Grosso vem experimentando este ano. A mudança no cenário ocorre depois das mudanças na tributação o imposto em alguns setores como o de combustíveis e energia elétrica. No mês de setembro a redução chegou a 22,84% em comparação com a receita referente ao mesmo período do ano passado, corrigida pela inflação (IPCA). Este é o segundo mês no qual houve redução significativa do ICMS nos setores de combustíveis e energia elétrica. De acordo com a Secretaria de Fazenda, os impactos devem ser mantidos nos próximos meses e próximos exercícios. A estimativa é que o Estado feche o ano de 2022 com uma redução de R$ 967,51 milhões.
Além dessa redução da receita própria, Mato Grosso deixou de receber cerca de R$ 50 milhões oriundos do Fundo de Participação dos Estados (FPE). O repasse que é feito pela União registrou uma queda de 17,01% em setembro, se comparado ao mês de agosto, quando foram recebidos R$ 280.832.305,09.