Em entrevista ao Podcast Sem Moage, a médica Natasha Slhessarenko (PSB) afirmou que na eleição de 2022 não foi candidata ao Senado Federal porque foi “jogada para fora do palanque por uma série de circunstâncias”. Apesar do ocorrido, disse que seu nome está à disposição do partido para disputar as eleições municipais de 2024, seja na condição de candidata a prefeita ou vice. As declarações de Natasha geraram reação do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Allan Kardec, que é correligionário da médica. Segundo ele, a colega teve todas as condições de ser candidata, mas decidiu retirar o nome da disputa.
“A candidata ao Senado, Natasha Slhessarenko, não foi ‘jogada para fora do palanque’ na eleição de 2022. Eu participei de toda a montagem da chapa nossa do PSB. A Natasha foi priorizada pelo PSB Nacional, pelo PSB Estadual, teve todas as condições de ser candidata. E é o contrário: ela queria ser candidata exclusiva do governador do que ser candidata ao Senado”, disparou Kardec por meio de nota encaminhada à imprensa.
O ex-deputado continuou dizendo que havia garantia de fundo partidário para receber o teto, dada pelo presidente da nacional do PSB, Carlinhos Siqueira e pelo presidente estadual do partido, deputado Max Russi. “Ela não foi rifada nada. Quem tomou a decisão de não ser candidata foi ela. E não é isso que ela está falando”.
Natasha afirmou que durante o processo eleitoral de 2022, sua candidatura não foi viabilizada porque “não queriam oxigenar”.
“Fui colocada para fora do jogo político. Muito fácil. Não queriam oxigenar. O sistema é para manter quem está lá. Eles têm toda uma estrutura, verba de gabinete, que é impossível alguém de fora, ainda mais mulher, conseguir entrar nesse universo. Acho que houve alguns erros, composições. Talvez o meu maior erro tenha sido acreditar nas pessoas de Mato Grosso. Não posso falar absolutamente nada de Brasília. Carlos Siqueira, presidente do meu partido, foi maravilhoso. Até o final ele estava ali me dando toda a força”, reiterou.
Embora tenha pontuado que o maior erro tenha sido confiar nas pessoas do estado, Natasha descartou ter levado uma “rasteira” do diretório estadual. Acredita que uma “conjunção de coisas” culminou na sua não candidatura.
Ao contrário do dito por Kardec, descartou que exigiu estar no palanque do governador Mauro Mendes. Natasha ponderou que houve a discussão do palanque aberto, mas ironizou a proposta durante a entrevista ao Sem Moage. “A gente até ri. Acha que iriam permitir? Até piada isso”.
Questionada se mesmo diante deste quadro, permanece no PSB, a médica disse que não pensa em deixar a sigla. “A princípio, continuo no PSB. Tenho uma ligação boa com o Alckmin, uma admiração enorme. Jamais teria qualquer coisa para falar do vice-presidente”.
Pensando nas eleições que se avizinham, Natasha disse estar à disposição do partido, seja para disputar a prefeitura ou como vice, apesar de considerar o seu perfil mais legislativo. Como a saúde é o grande tema na capital, pela gestão precária que está sendo realizada no setor, Natasha acha que na condição de médica poderia contribuir para mudar essa realidade. Afirmou que na próxima semana deve se encontrar com o presidente estadual da legenda para discutir o cenário.
No entanto, em entrevista concedida à imprensa, Max Russi colocou que o PSB pode ter candidatura própria, uma vez que mesmo compondo a base do governador Mauro Mendes (União), não teria compromisso firmado de aliança para a disputa municipal.
Ao defender nomes do partido para a disputa, Russi citou o deputado Beto Dois a Um e o secretário Allan Kardec, não mencionando a médica.