Equipes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP) cumpriram nesta segunda-feira (23) mandados de busca e apreensão na residência de Carlos Alberto Gomes Bezerra, 57 anos, investigado por feminicídio de Thays Machado, 44 anos e pelo homicídio de Willian César Moreno, 30 anos, ocorrido na última quarta-feira, em plena luz do dia, em Cuiabá. Na residência, localizada no bairro Santa Rosa, foram encontrados rastreadores e gravadores, que corroboram a tese da Polícia de que o crime foi premeditado e não resultado de uma forte emoção, conforme alegou Carlos Alberto, no momento em que foi preso.
O delegado responsável pela investigação, Marcel Oliveira, representou pelo pedido de busca, que teve parecer favorável do Ministério Público e foi deferido pela juíza da 1ª Vara de Violência Doméstica de Cuiabá. Conforme o delegado, esses equipamentos encontrados serviam para acompanhar todos os passos dados por Thays, que chegou a registrar boletim de ocorrência por perseguição e ameaça. Aplicativos permitiam que Carlos Alberto soubesse com quem a ex-companheira conversava e a partir dessa informação ele agia.
Crime e prisão
Thays Machado, de 44 anos e Willian César Moreno, de 30 anos, foram mortos com disparos de arma de fogo no momento em que saíam de um edifício residencial, no bairro Consil, em Cuiabá.
As vítimas foram mortas ainda na calçada do prédio. O casal foi até o edifício Solar Monet, onde mora a mãe de Thays, para deixar um veículo na garagem e ao sair na portaria para aguardar a chegada de veículo de transporte por aplicativo, as vítimas foram surpreendidas por Carlos Alberto, que conduzia um veículo modelo Renault Kwid, e fez os disparos.
Carlos Alberto foi preso em flagrante, horas após o crime, em uma fazenda na região do município de Campo Verde, de propriedade de sua família. Ele é filho do deputado federal Carlos Bezerra (MDB).
No ato da prisão, confessou o crime, mas disse que teria agido por impulso, em decorrência de uma neuropatia diabética. No entanto, a investigação já tinha evidências de que o crime havia sido premeditado. O delegado afirmou que testemunhas, por exemplo, avistaram o carro de Carlos rondando o prédio dois dias antes dos assassinatos.
Com as apreensões realizadas nesta segunda-feira, a tese de premeditação ganha ainda mais força.
Carlos Alberto está no raio 8 da Penitenciária Central do Estado (PCE), em cela especial, por ter curso superior. A prisão foi convertida em preventiva. A defesa, patrocinada pelo advogado Francisco Faiad, afirmou que não entrará com pedido para revogar a prisão neste momento.