AMBIENTE INTEIRO Sábado, 12 de Setembro de 2020, 10:41 - A | A

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Depois do Pantanal e da Chapada, Alto Xingu também arde em chamas em MT

Pantanal, Chapada dos Guimarães e mais recentemente o Xingu tem sido alvo dos focos de incêndio que castigam Mato Grosso nestes tempos de estiagem. Na região do Alto Xingu, que compreende mais de 26 mil hectares de propriedades rurais, terras indígenas e áreas de conservação no norte do estado foram identificados, apenas no primeiro fim de semana de setembro, 31 novos focos de incêndio, vários deles de grandes proporções.

Líderes da etnia Kamauyrá enviaram um pedido de socorro à organização não governamental Aliança da Terra que há mais de dez anos auxilia e treina os indígenas no combate aos incêndios florestais.

“É desesperador”, afirma Aline Locks, presidente da Aliança da Terra e CEO da Produzindo Certo, empresa surgida a partir da ONG com o foco de transformar cadeias produtivas através da adequação socioambiental de propriedades rurais. “Nós apoiamos o alto Xingu no combate às queimadas, formamos uma brigada indígena, que vem fazendo um trabalho excelente para salvas suas terras, mas esse ano, as coisas saíram do controle”.

Em carta enviada à Aliança da Terra, Mayaru Kamayura, herdeiro do cacique, e Kanawayuri Kamayura, conselheiro da Brigada Indígena, reforçam que, além do caráter de urgência do combate ao fogo, a etnia enfrenta ainda casos de infecção com a Covid-19.

“Infelizmente vivemos o momento fragilizado na saúde da comunidade e na Brigada Kamayura”, afirmam no pedido de auxílio para conter as chamas nas áreas do lago Ypavu e Jacaré.

“A fumaça agrava ainda mais as complicações no sistema respiratório dos indígenas que contraíram Covid-19”, diz Aline.

A Brigada Aliança, que já vem atuando no combate a focos de incêndio em outras regiões, iniciou a mobilização para atender ao pedido dos Kamayurás. “Mas também precisamos de ajuda para ajudá-los”, explica Aline.

O trabalho dos brigadistas – uma equipe treinada pelo Serviço Florestal Norte-Americano e reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho - é custeado por doações de empresas, parceiros e fundos, além de pessoas físicas, e vive o desafio de reunir recursos em um ano que combinou o cenário da pandemia e de um grande número de incêndios na região.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que existem 11 Brigadas Federais Indígenas (Brifs) para prevenção e combate a incêndios florestais em terras indígenas com atuação em Mato Grosso, incluindo o Parque do Xingu, cuja atuação ocorre desde 2015.

A Funai apoia as brigadas em logística, alimentação, pontos de apoio e combustível na execução das atividades de Manejo Integrado do Fogo (MIF) e combate ao fogo. A aplicação da técnica de MIF antecede o período da estiagem de cada região, visando criar um cinturão de amortecimento em torno das terras indígenas para fins de contenção do fogo.

Há 1.582 focos de calor em terras indígenas no estado segundo levantamento do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso no período compreendido entre 01 e 11 de setembro. 



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