NOTICIÁRIO Quarta-feira, 04 de Junho de 2025, 11:15 - A | A

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EM FUGA

Moraes decreta prisão de Zambelli e bloqueia bens após deputada anunciar saída do Brasil

DaRedação com Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou nesta quarta-feira (4) a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que havia anunciado no dia anterior ter deixado o Brasil rumo à Europa. Moraes também determinou o bloqueio dos passaportes da parlamentar, incluindo o diplomático, a suspensão de seu salário e de qualquer outra verba de gabinete paga pela Câmara dos Deputados. Conforme a decisão, os recursos retidos serão destinados ao pagamento das multas impostas à deputada em sua condenação pela invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A medida do ministro ocorreu menos de 24 horas após Zambelli, em entrevista ao canal AuriVerde no YouTube na manhã de terça-feira (3), revelar que já estava "fora do Brasil há alguns dias". Duas semanas antes, em 14 de maio, a Primeira Turma do STF a havia condenado a 10 anos de prisão pela invasão do sistema do CNJ e por falsidade ideológica.

Durante a entrevista, a deputada evitou precisar o país europeu onde se encontra, mencionando apenas que a escolha se deu por já possuir cidadania italiana, o que, segundo ela, impediria sua extradição para o Brasil. "A princípio, vim em busca de um tratamento médico que eu já fazia aqui", declarou, afirmando que solicitaria afastamento sem vencimentos do cargo parlamentar, que seria ocupado por seu suplente, Coronel Tadeu (PL-SP).

Zambelli admitiu que a condenação no STF pesou em sua decisão de deixar o país. "Eu poderia ir para a prisão, esperar [passar] um tempo e continuar no meu país. Me entregar para a Justiça. Mas que Justiça é essa que prende a Débora por 14 anos e que quer me prender por 15 anos?", questionou, comparando sua situação à de Débora Rodrigues dos Santos, condenada por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A condenação de Carla Zambelli pela Primeira Turma do STF, em decisão unânime, também incluiu a perda do mandato parlamentar após o trânsito em julgado (esgotamento de todos os recursos) e o pagamento de R$ 2 milhões em danos morais coletivos, valor a ser dividido com o hacker Walter Delgatti, condenado a 8 anos e 3 meses no mesmo processo por auxiliar na invasão ao sistema do CNJ.

Além desta condenação, a deputada é ré em outro processo criminal no STF por ter sacado uma arma de fogo e perseguido o jornalista Luan Araújo em via pública às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. Sobre o episódio, Zambelli comentou: "Minha vida se transformou em um inferno astral. (...) Eu não estava errada. Posso ter errado em dar conversa a ele [Araújo] (...) Qualquer mulher, na minha situação, ao ouvir o barulho de um tiro e temendo pela segurança do seu filho, teria feito o mesmo que fiz."

Em sua live, Zambelli anunciou que planeja, da Europa, seguir os passos do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se mudou para os Estados Unidos com o objetivo de "denunciar a ditadura" que, segundo eles, vigora no Brasil. Eduardo Bolsonaro é atualmente investigado pelo STF, a pedido da Procuradoria-Geral da República, por suposta coação e obstrução de investigação, incluindo alegações de incitar o governo norte-americano a tomar medidas contra o ministro Alexandre de Moraes.

"Não é um abandono do país. Nem desistir da minha luta. Muito pelo contrário. É resistir. É poder continuar falando o que quero", argumentou Zambelli, reiterando ser vítima de perseguição judicial. Ela também informou que suas redes sociais, com mais de 10 milhões de seguidores, passariam a ser administradas por sua mãe.

Sem apresentar provas, a parlamentar voltou a atacar a higidez do sistema eleitoral brasileiro. "Não dá para acreditar em pesquisas no nosso país. Elas são manipuladas. E não dá para acreditarmos em urnas eletrônicas, que não são confiáveis. (...) Aqui fora, eu posso falar que enquanto não houver um voto impresso e contagem pública [de votos], não teremos democracia no país", afirmou, dirigindo críticas nominais a ministros do STF.



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