À medida que as regras impostas pela pandemia de Covid-19 são afrouxadas a população vai retomando a rotina e, consequentemente, o número de pessoas em isolamento cai. Enquanto em maio 149 mil pessoas ocupadas (9,7%) estavam afastadas do trabalho por conta do distanciamento social em Mato Grosso, em setembro esse número caiu para 46 mil pessoas (3%).
Os dados fazem parte da Pnad Covid-19 de setembro, uma versão da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde. O levantamento tem sido feito desde o início de maio com coleta por telefone para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho.
Estar em casa não significa que as pessoas deixaram de trabalhar. O home office virou a realidade de muitos trabalhadores. Em maio eram 60 mil profissionais em trabalho remoto; em junho 65 mil e, em julho, 69 mil. Em agosto o número de pessoas trabalhando de forma remota passou de 74 mil e caiu para 69 mil em setembro.
Ocupação
A pandemia do novo coronavírus fez com que muitas pessoas deixassem de procurar trabalho. De acordo com a pesquisa, 144 mil mato-grossenses não ocupados não procuraram trabalho no mês passado por conta da pandemia de Covid-19 ou por falta de vaga na localidade em que vivem, mas gostariam de trabalhar na semana de referência. Em maio eram 168 mil pessoas nessas condições, em junho, 147 mil, em julho, 175 mil e, em agosto, 167 mil.
O IBGE estima ainda que, em setembro, 1,5 milhão de pessoas estavam ocupadas em Mato Grosso, embora 2,7 milhões estivessem em idade para trabalhar, ou seja, tinham 14 anos ou mais de idade. Já o total de desocupados no estado variou de 170 mil, em agosto, para 168 mil, em setembro. Eram 174 mil em maio, 187 mil em junho e 172 mil em julho.
A taxa de desocupação de Mato Grosso se manteve estável, em 9,8% em setembro. Em maio e em julho, Mato Grosso teve taxa de 10,2% e, em junho, 10,9%. Em agosto foi de 10%.
Segundo a pesquisa, do total de ocupados no estado, 541 mil pessoas estavam na informalidade em setembro, 15 mil a mais do que em agosto. O percentual de domicílios que receberam algum auxílio relacionado à pandemia (como o Auxílio Emergencial e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda) em setembro foi de 42,7%. De maio para junho aumentou de 38,8% para 43,3% e tanto em julho quanto em agosto foi de 42,5%. Em todo o Brasil, a proporção de domicílios que receberam algum auxílio passou de 43,9%, em agosto, para 43,6%, em setembro.
Isolamento
Quanto ao comportamento diante da pandemia, sete meses após a decretação pela Organização Mundial de Saúde (OMS), as pessoas se sentem mais à vontade para relaxar as medidas restritivas e sair de casa. De acordo com a pesquisa, 63 mil (1,8%) não adotaram qualquer medida de restrição em setembro, contra 52 mil (1,5%) em agosto; 1,5 milhão (44,1%) reduziu o contato, mas continuou saindo de casa; 1,1 milhão (33,8%) ficou em casa e só saiu em caso de necessidades básicas e 690 mil (19,8%) ficaram rigorosamente isolados.
Educação
Das 815 mil pessoas de 6 a 29 anos que frequentavam escola ou universidade em Mato Grosso em setembro, 714 mil tiveram atividades escolares, 90 mil não tiveram nenhuma e 11 mil não tiveram porque estavam de férias. Em agosto, dos 795 mil alunos, 662 mil tiveram atividades, 113 mil não tiveram nenhuma e 20 não tiveram porque estavam de férias.
Teste de Covid
Os dados da Pnad Contínua também identificam os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal. Desde o início da pandemia até setembro, 408 mil pessoas já haviam feito algum teste para diagnóstico da Covid-19 em Mato Grosso. Esse número representa 11,7% da população. Foram 199 mil homens e 209 mil mulheres.
Até agosto, 310 mil mato-grossenses haviam sido testados. O total de pessoas com resultado positivo no teste aumentou de 79 mil (2,3% da população), até agosto, para 119 mil, até setembro (3,4% da população). Até julho, eram 66 mil (ou 1,9% da população).
Entre os testes para diagnóstico da doença, as pessoas poderiam ter realizado o exame com material coletado na boca ou nariz com o cotonete – Swab (155 mil realizados, sendo 49 mil positivos); o teste rápido com sangue coletado por um furo no dedo (173 mil, sendo 37 mil positivos); ou o exame com sangue retirado da veia do braço (161 mil, sendo 53 mil positivos).
Segundo a Pnad Covid 19, 144 mil mato-grossenses (ou 4,1% da população) apresentaram em setembro pelo menos um dos 12 sintomas associados à síndrome gripal (febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular) que são investigados pela pesquisa. Esse número era de 187 mil (5,4%) em maio, 209 mil (6%) em junho, 262 mil (7,6%) em julho e 176 mil (5,1%) em agosto.
Dos 144 mil mato-grossenses que apresentaram algum sintoma, 56 mil afirmaram ter procurado algum estabelecimento de saúde em busca de atendimento (postos de saúde, equipe de saúde da família, UPA, Pronto-socorro ou Hospital do SUS ou, ainda, ambulatório/consultório, pronto-socorro ou hospital privado). Esse número era de 37 mil em maio, 62 mil em junho, 99 mil em julho e 58 mil em agosto.
Em Mato Grosso os entrevistadores do IBGE telefonam mês a mês para monitorar os cerca de 5 mil domicílios selecionados em 97 cidades. A coleta de dados da Pnad Covid 19 será realizada até 11 de dezembro de 2020. Com isso, estão previstas mais duas divulgações, referentes aos meses de outubro e novembro.
Casos
Segundo boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), foram notificados, até domingo (25), 140.375 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, sendo registrados 3.789 óbitos em decorrência do coronavírus no Estado.
Foram notificadas 131 novas confirmações de casos de coronavírus no Estado. Dos 140.375 casos confirmados, 13.826 estão em isolamento domiciliar e 122.224 estão recuperados.
A taxa de ocupação nos hospitais está em 45,50% para UTIs adulto e em 18% para enfermarias adulto.
Cuiabá segue sendo a cidade com maior número de casos de Covid-19 (28.151) seguida de Rondonópolis (10.365), Várzea Grande (9.889), Sinop (6.909), Sorriso (6.211).
