NOTICIÁRIO Terça-feira, 07 de Outubro de 2025, 10:36 - A | A

Terça-feira, 07 de Outubro de 2025, 10h:36 - A | A

CRIME ORGANIZADO

Polícia desarticula grupo que movimentou R$ 120 milhões com golpes no agronegócio

Da Redação com Dana Campos-PC

Uma organização criminosa especializada em aplicar golpes no agronegócio, que teria movimentado mais de R$ 120 milhões nos últimos cinco anos, foi alvo da "Operação Agrofraude", deflagrada na manhã desta terça-feira (7). A ação, conduzida pela Polícia Civil de Goiás com apoio de policiais de Mato Grosso e de outros oito estados, cumpriu 36 ordens judiciais, sendo 17 de prisão e 19 de busca e apreensão.

As informações iniciais foram divulgadas pela Polícia Civil de Mato Grosso, um dos estados onde os mandados foram executados. A investigação, originada em Goiás, identificou mais de 40 pessoas envolvidas no esquema, que se estendia pelos estados do Amazonas, Acre, Distrito Federal, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Piauí e Mato Grosso.

De acordo com as apurações da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR) de Goiás, o grupo criminoso atuava aplicando o golpe do "falso intermediário" na comercialização de grãos, principalmente milho. Os criminosos se passavam por representantes de empresas do agronegócio ou corretores, intermediando a negociação entre produtores rurais e compradores.

O golpe consistia em desviar os pagamentos para contas de laranjas ou empresas de fachada. Em uma das modalidades, após ganhar a confiança do produtor, o grupo recebia a carga de grãos com a promessa de pagamento futuro, mas desaparecia sem quitar o débito. Em outra, eles convenciam o comprador a depositar o valor da safra em uma conta fraudulenta, deixando o produtor sem receber e o comprador sem o produto.Estima-se que apenas as vítimas mais recentes do grupo, localizadas na região de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, tiveram um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão. A complexidade do esquema envolvia a criação de empresas fantasma e um sofisticado sistema de lavagem de dinheiro para ocultar a origem dos valores obtidos ilegalmente.

A operação desta terça-feira teve como objetivo desmantelar a estrutura da organização, prendendo seus principais membros e bloqueando bens para um futuro ressarcimento às vítimas. As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Vara das Garantias de Goiânia, após meses de investigação.

Em Mato Grosso, os alvos estavam localizados nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Campo Verde. A ação no estado foi coordenada pela Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá e contou com o apoio de unidades da Diretoria de Atividades Especiais (DAE) e da Diretoria Metropolitana, mobilizando 85 policiais e 19 viaturas.

A repercussão do caso destaca a vulnerabilidade do setor do agronegócio a fraudes eletrônicas. Investigações apontam que os líderes da organização ostentavam uma vida de luxo em Goiânia, com carros importados e imóveis de alto padrão, tudo financiado pelo dinheiro dos golpes.

Durante as buscas, foram apreendidos veículos de luxo, dispositivos eletrônicos e documentos que serão analisados para aprofundar a investigação sobre a rede de lavagem de dinheiro e identificar outros possíveis integrantes do grupo. Os presos responderão pelos crimes de estelionato qualificado por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e associação criminosa.



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