OPINIÃO Quinta-feira, 27 de Outubro de 2022, 09:32 - A | A

Quinta-feira, 27 de Outubro de 2022, 09h:32 - A | A

RAQUEL KRALIKE LOPES

Reforma Luterana 505 anos

Raquel Kralike Lopes

Pastora da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Rondonópolis

Na próxima segunda feira, dia 31 de outubro, completamos 505 anos de Reforma Luterana. O movimento reformatório, iniciado por Martinho Lutero em 1517, surgiu a partir do seu descontentamento com a mercantilização da fé.  Na época, as pessoas viviam amedrontadas com o que poderia lhes acontecer, caso não fizessem tudo o que estivesse ao seu alcance para alcançar a salvação. Mas como as pessoas poderiam saber se já haviam feito todo o possível para serem salvas? A angústia, gerada por esse e outros questionamentos, fazia com que as pessoas buscassem alcançar a salvação através do que estava sendo-lhes ofertado: a compra de indulgências.

Toda essa situação trazia inquietação ao coração de Martinho Lutero. Na sua busca por paz, ele debruçou-se sobre as Sagradas Escrituras, especialmente, sobre as cartas paulinas. E foi através da palavra de Romanos 1.17, onde se lê: “O justo viverá por fé” que ele descobriu um Deus de amor, graça e misericórdia. E por isso, como protesto, Martinho afixou em 31 de outubro de 1517, na porta da igreja do castelo de Wittenberg, suas 95 teses contra a venda de indulgências para obtenção de perdão e salvação.

Ao fazer isso, Martinho Lutero resgata o ensino bíblico da centralidade de Cristo, como único fundamento da nossa fé e da nossa salvação. E ao mesmo tempo, deixa claro que se a salvação é realizada somente por Cristo, então podemos alcançá-la somente pela fé e não pelas nossas obras.

Nesse ano, em que celebramos 505 anos da Reforma Luterana, é importante recordar os aspectos principais que desencadearam o movimento reformatório, para que não permitamos que a fé, o perdão e a salvação, nos ofertado graciosamente em Jesus Cristo, sejam novamente colocados à venda.  Afinal, conforme a palavra de Filipenses 2.7s, foi para isso que Jesus esvaziou-se de si mesmo, humilhou-se e foi obediente até a morte, morte de cruz.

Desejo que o Santo Espírito venha sobre nós, nos conceda sabedoria e compreensão da Palavra. E  assim, alimentada e fortalecida, a nossa fé acolha o ato gracioso, de perdão, reconciliação e salvação, realizado por Deus em Jesus. Lembremo-nos também que a cruz tem duas extremidades, uma aponta para Deus, a outra, para o próximo! Isso significa que o amor, o perdão e a graça de Deus que nos alcançam, precisam também ser partilhadas, inclusive, com pessoas pecadoras, tais quais, você e eu.



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