OPINIÃO Quinta-feira, 15 de Abril de 2021, 14:15 - A | A

Quinta-feira, 15 de Abril de 2021, 14h:15 - A | A

JOÃO EDISOM

Três poderes muitas batalhas!

João Edisom de Souza

Graduado em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso (1990), especialização em Psicologia Educacional pela Universidade Federal de Mato Grosso (1993) e mestrado em Educação pela Universidade de Cuiabá (2004). Atualmente é professor da Uniasselvi no seguinte tema: direito, filosofia e psicologia jurídica.

“Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que lá existem são executadas, pois boas leis existem por toda a parte”, Barão de Montesquieu.

As repúblicas democráticas constituídas e independentes funcionam bem quando as partes, antes de recorrer ao outro poder, executam com qualidade as prerrogativas de seu campo de atuação. Legislativo tem que dar agilidade e legislar. Executivo tem que executar. E o Judiciário é o guardião. Tanto que é o único que deve se manifestar somente ao ser provocado.

Acontece que no Brasil se adquiriu o hábito de os poderes se valerem o tempo todo de provocações jurídicas para transferir as decisões amargas para o Judiciário e assim não se comprometerem e perderem popularidade. A desculpa é que o judiciário é o único que não é constituído através de eleições.

É o que chamamos de governar por terceiros. Isto fica visível nos constantes erros de procedimentos dos legislativos e dos executivos (federal, estadual e municipal) que tem buscado no judiciário amparo para gestar além dos limites da própria prerrogativa em determinados momentos e em outros usado o judiciário como ferramenta política para acelerar ou protelar situações e se beneficiarem do tempo do trâmite processual.

Não podemos esquecer que todo poder judiciário só é bom quando não precisamos dele, pois, sua função básica é guardar e vigiar as leis. E enquanto o cidadão e as instituições cumprem seus deveres perante a legislação existente, não há necessidade de provocar ou obrigar a justiça a emitir pareceres e nem decisões. É justamente no conflito e ao ser provocado que a justiça age e aí alguém vai gritar.

O atrito entre os poderes em épocas normais já seria gravíssimo. Agora, em plena pandemia, tem conduzido parte significativa da população a morte. Uma nação unida tem possibilidades. Apenas possibilidades e não garantias de ser fortes. Agora um povo dividido é garantia de um país derrotado.

Percebemos que na verdade a cultura de transferir culpas para não assumir suas próprias responsabilidades é mais comum entre os incompetentes, entre os egoístas e narcisistas. O próprio Barão de Montesquieu afirmava que “é uma experiência eterna de que todos os homens com poder são tentados a abusar”. No Brasil, neste momento, o abuso tem matado pessoas.

Margaret Thatcher afirmava que “um líder é alguém que sabe o que quer alcançar e consegue comunicá-lo”. Isto só reforça que estas recorrentes transferências de responsabilidades e provocações feitas ao judiciário é a constatação do vácuo de lideranças existente em nosso país. O Brasil está neste momento constituído de três poderes e nenhuma liderança. E por isso todos nós pagamos um preço alto; pagamos com a vida na guerra de transferência de responsabilidades.



Comente esta notícia

Nossa República é editado pela Newspaper Reporter Comunicação Eireli Ltda, com sede fiscal
na Av. F, 344, Sala 301, Jardim Aclimação, Cuiabá. Distribuição de Conteúdo: Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Campo Verde, Nova Brasilândia e Primavera do Leste, CEP 78050-242

Redação: Avenida Rio da Casca, 525, Bom Clima, Chapada dos Guimarães (MT) Comercial: Av. Historiador Rubens de Mendonça, nº 2000, 12º andar, sala 1206, Centro Empresarial Cuiabá

[email protected]/[email protected]

icon-facebook-red.png icon-youtube-red.png icon-instagram-red.png icon-twitter-white.png