Tenho defendido, seja no Estúdio ao Vivo, seja nos meus escritos aqui no Blog do Mauro ou no programa Nossa República, a tese de que extremos políticos não fazem bem ao Brasil ou a qualquer outro País. O extremismo de direita ou de esquerda, o fanatismo ideológico ou religioso, as teses antidemocráticas ou a corrupção são indefensáveis porque dividem o País, promovem o ódio e se utilizam dos mais rasteiros meios de dominação.
E quem acompanha meus comentários sabe que defendo a ideia de que o Brasil precisa de um governo de centro – não do “Centrão”, fisiológico e corrupto, do toma lá da cá – mas um governo que tenha uma visão liberal na área econômica e progressista no que diz respeito aos costumes e, principalmente no que se refere ao social, ao combate à miséria e à fome. Defendo, sobretudo, um governo democrático porque não há justiça nem igualdade de direitos fora da democracia.
Assim, sendo um democrata por princípio, respeito quem tem visão conservadora do mesmo modo que respeito posições progressistas. Ser de direita ou de esquerda é absolutamente legítimo. O que não dá pra respeitar é a falta de argumento do fanatismo desmedido, do extremismo irresponsável, de quem me chama de comunista – e nem sabe o que é isso - pelo fato de eu criticar ações e omissões de um governo inepto, incapaz de comandar com um mínimo de grandeza um País da importância do Brasil.
O que não dá pra respeitar é quem produz fake news, quem manipula as redes sociais com milícias virtuais que disseminam mentiras e ódio. Não dá pra respeitar quem ataca as instituições democráticas, quem defende intervenção militar. O que não dá pra respeitar é o ódio de quem rotula e ataca as pessoas que pensam diferente.
É triste ver a polarização da disputa eleitoral no Brasil entre um Jair Bolsonaro e um Lula da Silva. É muito desalentador ver que não se apresenta para a disputa uma terceira via com consistência eleitoral, uma candidatura capaz de vencer o ódio, o fanatismo a corrupção.
É realmente lamentável que o centro democrático não seja capaz de se unir numa candidatura única para oferecer ao País uma alternativa para essa insanidade que vem dividindo o país desde as últimas eleições presidenciais.
Por isso hoje eu lamento a decisão do apresentador Luciano Huck de não disputar as eleições no ano que vem. Essa desistência reforça a ideia de que o centro democrático está fragmentado e é incapaz de unir-se contra a polarização Lula/Bolsonaro. E neste momento, tudo o que o País precisa é de uma candidatura responsável e capaz de serenar os ânimos. Tudo que o Brasil precisa é de paz, saúde e trabalho.