A representatividade feminina na política de Mato Grosso atingiu um marco inédito. Pela primeira vez na história, três deputadas exercem simultaneamente mandato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). A titular Janaina Riva (MDB) divide o plenário com Professora Graciele (PT) e Valdeniria Dutra (PSB), ambas suplentes em exercício.
Com esse feito, a 20ª Legislatura já soma seis mulheres no mandato parlamentar, resultado do rodízio entre suplentes. Além das três atuais, também passaram pela Casa Sheila Klener (PSDB), Sandy de Paula (União Brasil), Priscila Dourado (PSB) e Marildes Ferreira (PSB).
A deputada Janaina Riva celebrou o avanço da presença feminina e destacou a importância do momento.
“Com três parlamentares mulheres em exercício, elevamos a participação feminina na ALMT de 4,17% para 12,5%. É um verdadeiro marco. Pautas como combate ao feminicídio, direito ao tipo de parto e redução da violência doméstica precisam ser debatidas por quem sente essas realidades na pele”, afirmou.
Suplentes representam avanço e visibilidade para as mulheres
A Professora Graciele, de Sinop, está no lugar do deputado Lúdio Cabral (PT). Já Valdeniria Dutra, de Cáceres, assumiu no dia 9 de julho a vaga de Beto Dois a Um (PSB). Ambas reforçam a importância da presença feminina em espaços decisórios.
“Vivemos em um estado que enfrenta altos índices de feminicídio e violência doméstica. Estar no Parlamento é simbólico e necessário. É a chance de garantir políticas públicas que defendam nossas vidas e promovam equidade”, disse Graciele.
Valdeniria também celebrou o momento e enfatizou o papel de inspiração que as mulheres parlamentares exercem.
“É uma honra dividir esse espaço com duas grandes guerreiras. Precisamos cada vez mais de vereadoras, deputadas e senadoras que fortaleçam a voz feminina na política. Nosso objetivo é lutar por igualdade, direitos e melhores condições para todas as mulheres de Mato Grosso”, declarou.
Representatividade amplia o olhar sobre políticas públicas
O consultor legislativo da ALMT, Gabriel Lucas Scardini Barros, afirmou que o aumento da participação feminina gera impactos positivos nos debates.
“A presença de mais mulheres no plenário traz uma representatividade mais ampla nas discussões sobre políticas públicas. É um ganho institucional.”
Histórico: apenas 11 mulheres foram titulares em toda a história da ALMT
Apesar do avanço, os números ainda mostram desigualdade de gênero na política estadual. Desde a criação da ALMT, apenas 11 mulheres foram deputadas titulares, e outras 10 exerceram o mandato como suplentes. A pioneira foi Oliva Enciso, na 4ª Legislatura (1959–1963). Ela foi seguida por Sarita Baracat, na 9ª Legislatura (1979–1983), e Thais Barbosa, na 11ª (1987–1991).
