Em entrevista concedida à Rádio Nativa FM, na manhá desta quarta-feira (29), o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) afirmou que deve prorrogar o decreto que suspendia as aulas até 2 de agosto. Conforme o gestor, ainda não para "estabelecer com segurança a volta às aulas". Embora o decreto estadual 573/2020 tenha permitido a abertura das atividades não essenciais, respeitando limitações quando os municípios se classificarem com risco alto ou muito alto de contágio, as atuvidades escolares ainda não tem previsão de retorno.
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O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do estado de Mato Grosso aponta que pelo menos 15 escolas particulares já fecharam as portas no estado e ao menos 39% dos alunos evadiram das instituições de ensino. Além disso, dos pais que mantiveram os filhos matriculados, 44% atrasam o pagamento da mensalidade. A previsão é que se perdurar a proibição das aulas presenciais, mais escolas fechem as portas, o que pode impactar diretamente no desemprego. Segundo o Sindicato, o setor educacional é um dos que mais empregam no estado. O setor que mais sofre com essa impossibilidade de dar aulas é o de educação infantil, uma vez que apenas os encontros online não suprem a necessidade dos pequenos.
Para o prefeito Emanuel Pinheiro o não retorno às aulas justifica-se pelo fato de que as atividades escolares podem contribuir de maneira significativa para a propagação do novo coronavírus. Cuiabá possui 164 unidades educacionais na rede pública municipal de Ensino, envolvendo mais de 52 mil alunos, além de 55 mil alunos na rede privada, o que totaliza aproximadamente 107 mil estudantes. Há ainda cerca de 30 mil profissionais que atuam nas escolas. Se as aulas presenciais forem retomadas, 140 mil pessoas estariam circulando.
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A capital mato-grossense é a cidade que mais concentra casos de coronavírus no estado, assim como mortes pela doença. O último boletim epidemiológico aponta 10.426 contaminados em Cuiabá, sendo que 503 morreram vítimas da Covid-19 e 2.201 se recuperaram.
Em relação ao funcionamento dos berçários e educação infantil da rede particular, o prefeito informou que já realiza estudo técnico para verificar a possibilidade do retorno das atividades para o mês de setembro. “A Prefeitura reconhece as dificuldades e estuda encontrar uma ferramenta de equilíbrio com responsabilidade e segurança”, pontuou.
O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, também se posicionou contrário ao retorno às aulas presenciais. Ele declarou há aproximadamente 10 dias que "vamos ter que chorar a morte das crianças".
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"Tem gente que já está fazendo pressão para voltar as aulas presencialmente. Façam isso e verão o que vai acontecer. A coisa vai piorar muito. E aí nós vamos ter que chorar pelo falecimento de crianças, que nesse momento estão percentualmente protegidas. No Brasil inteiro, eu acho que o total de crianças mortas por Covid foi de aproximadamente 300 nesse universo de 74 mil... mas volta as aulas normais para ver o que vai acontecer... vai acontecer isso. O vírus é transmitido de pessoa pra pessoa, e um percentual deles vão ser vitimizados dentro dessa pandemia”, declarou no dia 17 de julho.
A Secretaria Estadual de Educação anunciou para o dia 3 de agosto a retomada das aulas online. Já as presenciais só serão reiniciadas, conforme a secretaria, quando o ambiente for considerado seguro para alunos e profissionais.
