A presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Mato Grosso, Lorenna Bezerra, cobrou uma medida efetiva do Governo do Estado para que 40 mil posto de trabalho não sejam fechados. Segundo a presidente, as medidas de controle da pandemia que impediram que os estabelecimentos noturnos funcionassem plenamente causou impacto no caixa e os empreendimentos correm o risco de fechar. O setor de alimentação fora do lar representa mais de 37 mil empresas no estado e gera 70 mil empregos diretos. A estimativa da Associação é que 57% das vagas de trabalho sejam extintas.
"Com 30 dias fechados e sem caixa para efetuar papgamento, sem saber quando irão retomar, eu te pergunto governador, como vamos fazer para honrar com essas famílias, sem ter dinheiro em caixa e sem ter nem previsão de quando vai voltar a trabalhar? Serão mais de 40 mil desempregados no setor de alimentação fora do lar somente no período noturno. Mato Grosso vai sentir esse desemprego. E eu te pergunto, como vamos resolver isso governador?", disse a presidente da Abrasel em vídeo postado nas redes sociais.
Com o recrudescimento da pandemia e o sistema de saúde colapsado, o Governo de Mato Grosso restringiu o funcionamento do comério das 5 horas às 20 horas e proibiu o consumo de bebida alcoólica no local da venda.
Dados da Abrasel MT mostram que das 37 mil empresas do setor de alimentação fora do lar, 80% são familiares e cerca de 60% funcionam só a noite. A estimativa é que 220 mil famílias em Mato Grosso dependam do setor, que movimenta R$ 5,5 bilhões ao ano. Conforme pesquisa feita pela Abrasel, 53% dos estabelecimentos do país estão operando no prejuízo em razão da pandemia da Covid-19.
O setor realiza a campanha "Diga não a redução do hoorário comercial", na qual argumenta que não são os bares e restaurantes que disseminam o vírus, mas sim as aglomerações. Justifica que todas as medidas de biossegurança estão sendo tomadas para que trabalhem respeitando as normas.
Procurado, o Governo de Mato Grosso afirmou que está analisando a questão. Já o secretário adjunto de Turismo, Jefferson Moreno, diz que as ações buscam a diminuição do contágio pelo novo coronavírus. "Os decretos estaduais são medidas necessárias para evitar um colapso ainda maior na saúde de Mato Grosso".
"Não tem como manter a empresa viável na situação que colocam a gente. O que estão fazendo é uma situação desumana", diz um dos empresários em vídeo da campanha veiculada pela Abrasel MT.
O setor requer recursos a fundo perdido para passar por esse momento crítico da pandemia.
Conforme o decreto estadual 874, que instituiu toque de recolher das 21 às 5, o comércio pode trabalhar até as 20 horas de segunda a sexta. Aos sábados e domingos restaurantes em shoppings podem funcionar até às 14 horas, os demais até meio dia. Restaurantes e congêneres podem funcionar nas modalidades take-away e drive-thru somente até às 20h45 permitido o serviço de delivery até as 23h59.
As medidas devem vigorar até que o estado alcance taxa de ocupação de 85% nas unidades de terapia intensiva. Conforme o último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, essa taxa está em 98,12%.