O governador Mauro Mendes havia confirmado ontem que Mato Grosso receberia o primeiro lote de vacinas contra a covid-19 em janeiro de 2021. A informação foi oficializada pelo ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, durante reunião por videoconferência na tarde da terça-feira (20.10). Nesta quarta, no entando, o presidente Bolsonaro desautorizou o ministro e afirmou em suas redes sociais que o governo não vai comprar vacinas chinesas produzidas pelo Instituto Butantã, de São Paulo.
O pano de fundo é a disputa eleitoral entre Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), prevista para 2022, e a insensatez ideológica que permeia as decisões do Planalto, como se a rigem chinesa da vacina pudesse contaminar os brasileiros com uma espécie de vírus comunista.
"Em janeiro, o Ministério vai ter disponível para mandar aos estados brasileiros em torno de 46 milhões de doses. Em fevereiro, um novo lote, e no primeiro semestre teremos outras entregas das diversas empresas que estão produzindo a vacina", relatou Mauro Mendes na terça, logo depois da video conferência.
Durante a reunião, que contou com a maioria dos governadores, as empresas que têm desenvolvido a vacina atualizaram os cronogramas, capacidade de produção e o estágio de desenvolvimento das vacinas.
Conforme o ministro, ficou acertado que as primeiras 46 milhões de doses seriam da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
A distribuição a todos os estados ocorreria em janeiro de 2021. Seriam distribuídas outras 15 milhões de doses em fevereiro e mais 40 milhões em junho.
Já no segundo semestre do próximo ano, a previsão era de que fossem disponibilizadas mais 165 milhões de doses da vacina desenvolvida pela empresa AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford e Fiocruz.
De acordo com o ministro Pazuello, os primeiros que receberiam as doses seriam os profissionais da Saúde e as pessoas que se enquadram nos grupos de risco. Em seguida, toda a população seria vacinada gratuitamente por meio do Plano Nacional de Imunizações (PNI).
Na manhã desta quarta-feira, 21, o governo emitiu a seguinte nota:
"O Governo de Mato Grosso defende que o Governo Federal lidere esse importante processo e disponibilize a vacina contra a Covid-19 à população. E o mais importante: que as vacinas entregues sejam confiáveis e devidamente atestadas pelos órgãos sanitários".