NOTICIÁRIO Quinta-feira, 23 de Outubro de 2025, 11:05 - A | A

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Brasil e Indonésia selam acordos e miram comércio de US$ 20 bilhões

Da Redação com Abr

O Brasil e a Indonésia assinaram uma série de memorandos e acordos de cooperação durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Jacarta, capital do país, na madrugada desta quinta-feira (23), conforme informações do jornalista Pedro Peduzzi, da Agência Brasil. A cerimônia, realizada no Palácio Merdeka, marcou um aprofundamento estratégico nas relações bilaterais.

Em declaração conjunta à imprensa, os presidentes dos dois países, Lula e Prabowo Subianto, destacaram ter visões e posicionamentos comuns em relação à situação em Gaza, à necessidade de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e sobre o papel do Brics na defesa dos interesses do sul global.

Segundo Lula, os acordos assinados caminham para fortalecer os laços, abrangendo áreas como agricultura, energia, comércio, educação, defesa, ciência e tecnologia.

O presidente brasileiro apontou o baixo volume de trocas comerciais como um ponto a ser superado. “É quase inexplicável, para as nossas sociedades, como é que dois países importantes no mundo, como Indonésia e Brasil, com quase 500 milhões de habitantes, só tenham um comércio de US$ 6 bilhões. É pouco”.

“Por isso, vamos fazer um esforço muito grande para trabalhar muito para que Indonésia e Brasil se transformem em dois parceiros fundamentais na geografia econômica do mundo”, acrescentou Lula.

Dados do Planalto indicam que a Indonésia foi o quinto destino das exportações do agronegócio brasileiro em 2024, mas Lula classificou os valores como “ainda tímidos” diante do potencial dos mercados.

O presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, afirmou que Brasil e Indonésia são duas forças econômicas crescentes que fortalecem o sul global, definindo a relação como uma “parceria estratégica e sinergética entre países complementares”, ambos membros do Brics e do G20.

“Hoje assinamos acordos significantes”, declarou Prabowo, que projetou um potencial para o comércio bilateral atingir a marca de US$ 20 bilhões nos próximos anos.

Como um gesto para “cultivar essa relação”, o líder indonésio anunciou que incluirá o português entre as línguas prioritárias do sistema educacional de seu país.

No campo geopolítico, ambos os líderes expressaram visões alinhadas. “Nossos governos estão unidos contra o genocídio em Gaza e continuarão a defender a solução de dois Estados como único caminho possível para a paz no Oriente Médio”, afirmou Lula.

Prabowo reforçou a sintonia, dizendo que os dois países têm “comportamentos semelhantes em assuntos como os dos conflitos na Palestina e na Ucrânia”.

Lula também lembrou que Brasil e Indonésia coincidem sobre a “importância crescente do Brics como plataforma de defesa dos interesses de desenvolvimento do Sul Global”.

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa da presidência brasileira no G20, foi outro ponto de convergência. “Além disso, sabemos que não há desenvolvimento sustentável sem superar a fome e a pobreza. A Aliança (...) contou desde o início com o apoio da Indonésia”, pontuou o presidente brasileiro.

Lula defendeu a necessidade de discutir a possibilidade de realizar transações comerciais utilizando as moedas locais para diminuir dependências externas. “Indonésia e Brasil não querem uma segunda Guerra Fria. Nós queremos comércio livre”.

“O século XXI exige que tenhamos a coragem que não tivemos no século XX. Exige que a gente mude alguma forma de agir comercialmente para não ficarmos dependentes de ninguém”, argumentou.

No setor de defesa, os presidentes manifestaram otimismo. “O Brasil possui sólida base industrial militar e está disposto a contribuir para as necessidades estratégicas da Indonésia, em particular de sua Força Aérea”, disse Lula.

A cooperação em energia e mineração também foi pautada. “Dialogamos as experiências de gestão soberana de minerais críticos, que são essenciais na transição energética”, acrescentou o presidente brasileiro.

Ao final de sua declaração, Lula confirmou que pretende concorrer a um novo mandato presidencial em 2026, projetando a continuidade do fortalecimento das relações. “Vou disputar um quarto mandato no Brasil. Digo isso porque ainda vamos nos encontrar muitas vezes”.



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