O ano termina e o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifesta grande satisfação com os resultados alcançados por sua administração. A felicidade presidencial, conforme expressa, decorre diretamente do desempenho do "time que eu coloquei em campo", uma metáfora para a equipe ministerial e governamental que atuou ao longo do ano. Para Lula, a performance foi impecável: "Nós não erramos nem um pênalti". Essa avaliação contrasta fortemente com as projeções iniciais que cercavam o governo.
O Presidente destaca que as previsões feitas no começo de 2023, ou mesmo após sua eleição em 2022, "foram erradas". Ele sugere que houve um elemento inovador em sua abordagem, que começou "antes de tomar posse". Lula recorda a necessidade de construir uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, um movimento que ele considera um "milagre" por ter sido aprovado em um "Congresso adverso", eleito antes de sua vitória. A negociação bem-sucedida, atribuída à "maestria dos ministros", permitiu ao governo dispor de recursos para o primeiro ano e iniciar a recuperação do país.
Lula aponta uma tendência "negativista" nas análises, onde "muitas vezes as pessoas que faz a análise têm o hábito de nivelar sempre as coisas por baixo". Em contrapartida, ele se declara um otimista e enfatiza sua "sorte". O Presidente ressalta um dado econômico significativo: "a última vez que esse país cresceu acima de três por cento, foi quando eu deixei a presidência em 2010. De lá pra cá, só voltou a crescer acima de três por cento, quando eu voltei a ser presidente da República". Essa observação sublinha a correlação que ele estabelece entre suas gestões e o crescimento econômico do país.
Para o Presidente, a função de um líder máximo da nação não é necessariamente ser um especialista em economia, mas sim ter a capacidade de "montar um time para poder ganhar o jogo". Com base nessa filosofia, ele afirmou ter montado uma equipe com a clara disposição de "recuperar este país". O lema de sua campanha e gestão, "Reconstrução e União", é frequentemente citado como a bússola para enfrentar o cenário encontrado, que ele descreve como um país "semidestruído em todas as áreas".
A gestão atual, segundo Lula, não se dedicou a "ficar o tempo inteiro falando mal do governo anterior ou xingando as mazelas do ex-ministro da Fazenda". A perspectiva é de que o governo foi eleito para "governar o Brasil", e não para criticar. A "arte de governar", em sua visão, é intrinsecamente ligada a "cuidar desse país e cuidar do povo brasileiro". Essa premissa tem sido a força motriz das ações implementadas, focando na entrega de resultados e na transformação da realidade social.
A reconstrução do país, portanto, não é apenas um slogan, mas uma diretriz que permeia as diversas áreas da administração pública. Desde a economia até as políticas sociais, o governo tem se empenhado em reverter os quadros de deterioração identificados e em promover um desenvolvimento inclusivo. O otimismo presidencial, ancorado nos "bons resultados", serve como um impulso para os próximos desafios, com a convicção de que o Brasil está no caminho certo para consolidar sua recuperação e progredir rumo a um futuro de maior equidade e prosperidade.
PROSPERIDADE - Lula detalha estratégia de crescimento e combate à pobreza
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oferece uma perspectiva singular sobre o funcionamento da economia, priorizando o que ele denomina "o sucesso da microeconomia" em detrimento de debates puramente macroeconômicos. Em contraposição a teses convencionais, Lula defende uma visão que ele considera fundamental para o sucesso de um país: "muito dinheiro na mão de poucos, significa miséria, significa pobreza, significa desnutrição, significa esquecimento de uma parte da sociedade. Ao passo que pouco dinheiro na mão de muitos, significa exatamente o contrário". Essa é a filosofia central que guia as políticas econômicas de seu governo.
Para ilustrar seu ponto, o presidente utiliza um exemplo didático sobre a circulação de dinheiro. Se um milhão de reais fosse entregue a uma única pessoa, esta buscaria a melhor aplicação bancária, vivendo do rendimento e aumentando sua conta, enquanto os demais ficariam sem nada. Em contraste, se esse mesmo valor fosse dividido, por exemplo, em vinte mil reais para cada um de vocês, o cenário seria outro: "Todos vocês iriam imediatamente comprar as coisas que vocês mais necessitam para o final de ano. Ia comprar um presentinho, ia comprar um agrado, ia comprar uma roupa, ia comprar um panetone a mais, alguma coisa".
Essa divisão do dinheiro, segundo Lula, impulsiona a economia de forma sistêmica: "O dinheiro ia circular. E o dinheiro circulando, ele vai pro comércio, do comércio ele vai pra indústria, da indústria ele gera o emprego, o emprego gera um salário, o salário gera mais um consumidor". Assim, a economia entra em um ciclo virtuoso, impulsionando o consumo e a produção. "Esse, na minha opinião, é o resultado milagroso desse país. É fazer o dinheiro circular na mão das pessoas, para que a roda da economia, a chamada roda gigante, comece a circular e todo mundo possa viver decentemente", afirma o Presidente, ressaltando a importância da inclusão econômica.
Para que essa "roda gigante" funcione plenamente, Lula reitera cinco pilares fundamentais, que ele diz não serem novidade, mas que merecem ser repetidos em meio à sua satisfação com os resultados. O primeiro é a "estabilidade fiscal", seguida pela "estabilidade econômica". O terceiro ponto é a "estabilidade jurídica", e o quarto, a "estabilidade social". Por fim, ele enfatiza a necessidade de "previsibilidade para as coisas acontecerem". Esses princípios, segundo o Presidente, são implementados de forma transparente, "sem fazer nada escondido, nem nada à meia-noite", e sempre em diálogo constante com o Congresso Nacional.
A eficácia dessa estratégia se reflete em diversos indicadores positivos. O Presidente destaca que o Brasil alcançou "a menor inflação acumulada em quatro anos da história do Brasil". Além disso, registra-se "a maior massa salarial" e "o menor nível de desemprego da história do país". No âmbito social, o governo celebra "o menor nível de pobreza da história do país" e o fato de ter "tirado o país da segunda vez do mapa da fome". Tais conquistas são apresentadas como prova da assertividade das políticas adotadas.
O impulso econômico também se manifesta em setores produtivos. "Nós estamos pela primeira vez fazendo com que um processo de inovação crie uma nova indústria nesse país", afirma Lula, destacando o papel do Ministério da Indústria e Comércio. O agronegócio também apresenta números robustos, com o país "batendo o recorde de produção agrícola". No cenário internacional, o Brasil demonstra força, "batendo o recorde também de fluxo no comércio exterior" e se posicionando como "o segundo país em recebimento de investimento direto", perdendo apenas para os Estados Unidos. O desafio agora, segundo o Presidente, é dar um "salto de qualidade" para que o Brasil transite de "um país em desenvolvimento" para "um país rico", um objetivo que "depende única e exclusivamente de nós".
DIÁLOGO - A relação do Governo com o Congresso Nacional na visão de Lula
A relação entre o poder Executivo e o Congresso Nacional tem sido um dos pontos de destaque da atual gestão, conforme a análise do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele enfatiza que, contrariando as expectativas iniciais, a colaboração com o Legislativo superou obstáculos considerados significativos, resultando em um alto índice de aprovação de pautas governamentais. O Presidente recorda que a articulação política começou antes mesmo da posse, em um cenário desafiador.
Lula menciona a "maestria dos ministros" na negociação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, um feito notável dado que o Congresso eleito possuía uma composição "adversa" à sua base política. "Foi um milagre você imaginar que um Congresso adverso (...) votar uma PEC da Transição", declara o Presidente, sublinhando a capacidade de diálogo e persuasão de sua equipe. Esse episódio inicial estabeleceu um precedente para a dinâmica que viria a seguir.
A frequência e a intensidade das interações entre o governo e o parlamento são um ponto de orgulho para a administração. Segundo o Presidente, "o Congresso Nacional nunca teve tanta reunião com ministros brasileiros, sobretudo com o ministro da Fazenda, como tem agora". Essa aproximação constante e o diálogo aberto são elementos-chave para a aprovação das iniciativas governamentais. A transparência, com "tudo à luz do dia e tudo conversado com o Congresso Nacional", é um princípio que Lula faz questão de frisar.
Apesar das previsões pessimistas que se baseavam na força da "extrema direita" no Congresso e na suposta fragilidade da base governista, os resultados surpreenderam. "Pasmem: nós conseguimos aprovar noventa e nove por cento de tudo que o governo mandou de interesse econômico para o Congresso Nacional", revela o Presidente, demonstrando o sucesso da estratégia de articulação. Essa taxa de aprovação é um indicativo da eficácia da negociação e da construção de consensos.
Entre as conquistas legislativas, Lula destaca a aprovação da reforma tributária, um tema historicamente complexo e que muitos consideravam inviável. "Ninguém acreditava que fosse possível ser votado, porque a reforma tributária sempre era votada em época de regime autoritário, não em época de democracia", observa o Presidente. A proeza de aprovar uma reforma tão significativa em um regime democrático é atribuída ao intenso trabalho de "conversar com o Congresso Nacional, conversando com a Câmara, conversando com o Senado, conversando com os partidos".
A conclusão do ano legislativo, segundo Lula, traz satisfação especialmente ao Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que "deve estar muito feliz, porque tudo que ele disse que ia me entregar para provar que esse país trata com seriedade a economia, tá entregue". A aprovação das últimas pautas demonstra a consistência do trabalho do governo em relação à sua agenda econômica. Essa dinâmica de cooperação, mesmo com um Congresso de composição diversa, projeta "um país com outro jeito de governança" no futuro.
A nova política tributária, mais "equilibrada", é um reflexo desse esforço legislativo. A expectativa é que a carga tributária seja mais justa, não recaindo "apenas a classe média, a classe trabalhadora e os que ganham menos que paga imposto de renda", mas sim sendo "mais ou menos repartido entre a sociedade o pagamento dos tributos nesse país". Esse avanço, segundo o Presidente, consolida uma nova era de diálogo e resultados na política brasileira.
CENÁRIO GLOBAL - Brasil e a nova personalidade mundial sob a ótica de Lula
A política externa brasileira sob a atual administração tem sido marcada por um intenso esforço de reinserção do país no cenário global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressa notável satisfação com o que ele descreve como a transformação do "Brasil [em] personalidade mundial", um reconhecimento da nação em diversos fóruns e discussões internacionais. Essa renovada proatividade diplomática é vista como fundamental para os interesses brasileiros no século XXI.
Lula destaca que o "Brasil hoje é respeitado em todos os fóruns mundiais", uma afirmação que sublinha a mudança de percepção em relação ao país após um período de menor engajamento internacional. A agenda do presidente ao longo do ano foi repleta de compromissos multilaterais, participando ativamente de encontros que reafirmam a posição brasileira como interlocutor importante em diversas regiões e blocos.
O presidente menciona explicitamente sua participação em reuniões com diversos agrupamentos de países, o que demonstra a amplitude da atuação diplomática brasileira. Ele teve a oportunidade de dialogar com representantes de "quase todos os países em reuniões da União Africana, da CELAC, da União Europeia", indicando uma busca por parcerias e cooperação em múltiplos continentes e com diferentes modelos de desenvolvimento. Essa estratégia visa fortalecer os laços do Brasil com nações de peso geopolítico e econômico.
Além dos blocos regionais, Lula enfatiza a importância das visitas a países estratégicos e a participação em eventos de grande envergadura global. "Já tive a oportunidade de visitar os países mais importantes do mundo, de participar da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), que é o encontro dos dez países asiáticos", revela o presidente. A presença em plataformas como a ASEAN, ressalta o interesse do Brasil em estreitar relações com a dinâmica região asiática, crucial para o comércio e investimentos globais.
O objetivo central dessa intensa agenda diplomática, segundo Lula, é "fazendo com que o Brasil possa ser levado em conta em todas as discussões". Essa busca por protagonismo e influência visa garantir que a voz brasileira seja ouvida e respeitada em temas que afetam diretamente o futuro do planeta, como questões climáticas, desenvolvimento sustentável, comércio internacional e a construção de uma ordem mundial mais multipolar. A intenção é que o país não seja apenas um observador, mas um agente ativo na formulação de soluções para os desafios contemporâneos.
O Presidente também faz uma breve, porém instigante, menção a um episódio passado relacionado à "taxação em cima de nós" por parte dos Estados Unidos. Embora a fala seja interrompida, a referência sugere a resiliência e a capacidade do Brasil de superar adversidades econômicas e políticas no cenário internacional, reafirmando a soberania e a autonomia da nação em suas decisões e relações. A percepção de que "todo mundo achou que o mundo ia acabar" diante de tal situação é confrontada com a realidade de um Brasil que continua a se desenvolver e a buscar seu espaço.
A diplomacia ativa do Brasil, portanto, não se limita a restabelecer laços, mas busca reconfigurar a presença do país no sistema internacional, promovendo um engajamento construtivo e alinhado com a visão de um mundo mais justo e equilibrado. A atuação de Lula no exterior é apresentada como um pilar essencial para a reconstrução e o desenvolvimento nacional, projetando uma imagem de um Brasil confiante e determinado a influenciar os rumos globais.
NAÇÃO RICA -Lula traça planos para o salto de qualidade e a transformação do Brasil
Após consolidar os primeiros resultados de sua gestão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva direciona seu olhar para o futuro, articulando a visão de um "salto de qualidade" que levará o Brasil a outro patamar de desenvolvimento. A ambição é clara: transformar o país de uma nação em desenvolvimento para uma "nação rica". Esse objetivo, segundo Lula, não é uma utopia, mas uma meta tangível que "depende única e exclusivamente de nós", sentenciou A estratégia passa por investimentos robustos e pela valorização de setores-chave.
Um dos pilares dessa projeção para o futuro é o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O presidente recorda as dúvidas e o ceticismo que cercavam o anúncio do programa: "Quanta gente dizia que era impossível a gente fazer?", questiona. No entanto, os números atuais demonstram um avanço significativo. Lançado em agosto de 2023, o PAC, que prevê um investimento público e privado de R$ 1,7 trilhão, já teve uma execução notável.
"Em dezembro são dois anos e quatro meses", calcula o Presidente, referindo-se ao período desde o lançamento (assumindo a data da entrevista ser próxima ao final de 2025, o que faria agosto de 2023 ter dois anos e quatro meses em dezembro de 2025). Durante esse tempo, "nós já utilizamos praticamente setenta e nove por cento desse um bilhão e setecentos trilhões de reais". Essa expressiva taxa de utilização se traduz em progresso concreto: "Já conseguimos transformar em obras, em obras contratadas, em obras licitadas, em obras acabadas, em obras em andamento".
A fluidez e a competência da equipe responsável pela implementação e execução do PAC são enfatizadas por Lula como fatores determinantes para esse sucesso. O Programa abrange diversas áreas da infraestrutura, sendo um motor para a geração de empregos, o estímulo à economia e a melhoria da qualidade de vida da população. A demonstração de capacidade na gestão de projetos de grande escala é crucial para inspirar confiança e atrair novos investimentos, tanto públicos quanto privados.
Além da infraestrutura, a inovação desponta como um vetor essencial para o futuro econômico do Brasil. O Presidente aponta para um movimento inédito no país: "Nós estamos pela primeira vez fazendo com que um processo de inovação crie uma nova indústria nesse país", impulsionada pela liderança do Ministério da Indústria e Comércio. Essa iniciativa visa diversificar a base produtiva nacional, agregar valor aos produtos e serviços brasileiros e posicionar o país na vanguarda tecnológica.
A visão de futuro de Lula não se restringe apenas aos aspectos econômicos e de infraestrutura. Ela perpassa uma compreensão de que o desenvolvimento pleno de uma nação rica deve ser acompanhado de avanços sociais e de uma política tributária mais equitativa, como destacado em outras análises. A busca por um país que não apenas cresça, mas que distribua essa riqueza de forma justa, é um compromisso central da administração.






