NOTICIÁRIO Terça-feira, 29 de Agosto de 2023, 14:28 - A | A

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MATO GROSSO

Expansão do setor industrial em Mato Grosso deve impulsionar produção de biomassa

Da Redação com Débora Siqueira/Sedec

A previsão de implantação de novas unidades de produção de etanol a partir do milho no Estado, juntamente com o progresso do setor industrial, está projetando um aumento na demanda por biomassa em Mato Grosso. A biomassa é uma fonte essencial de energia limpa utilizada para alimentar as caldeiras nas fábricas. Geralmente, é derivada de matéria orgânica vegetal, incluindo cavacos de madeira, resíduos de serrarias, eucalipto, palha de arroz, capim, bagaço de cana, entre outros.

Para assegurar que as indústrias tenham acesso a essa biomassa, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) estabeleceu o Fundo Desenvolve Floresta do Estado de Mato Grosso.

Instituído em 2021 e iniciado em 2022, o fundo é uma maneira pela qual os produtores rurais podem cumprir a obrigação de reposição florestal exigida em casos de supressão de vegetação nativa. A Sedec já emitiu 530 certificados de Taxa de Reposição Florestal.

"Um dos principais objetivos desse fundo é disponibilizar matéria-prima para a indústria madeireira, para aqueles que utilizam matéria-prima florestal para energia e para outros consumidores, de maneira sustentável e contínua", enfatiza Linacis Silva, superintendente de Agronegócios e Crédito da Sedec.

Ela salienta que Mato Grosso possui um grande potencial na geração de biomassa devido ao clima e ao solo propícios, à qualidade da água e à integração lavoura-pecuária-floresta, que faz parte do Plano ABC+, visando a redução das emissões de gases de efeito estufa pela agropecuária mato-grossense.

O plano prevê que o estado alcance 1,3 milhão de hectares em sistemas integrados com florestas e produção de alimentos, além de 285 mil hectares de florestas.

As alocações dos recursos do Fundo Floresta são deliberadas pelo Conselho Gestor. Linacis afirma que há três prioridades para esses recursos: linhas de crédito para o desenvolvimento florestal em propriedades com Cadastro Ambiental Rural (CAR) avaliado pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema), transferência de tecnologia como dias de campo, ou para pesquisa florestal.

Solução Industrial para Energia Limpa

Frank Rogieri, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt) e presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal, destaca que o uso da biomassa proveniente de manejo florestal sustentável pelas indústrias, especialmente após a instalação das usinas de etanol de milho, deu um destino adequado ao pó da serragem, que anteriormente representava um problema para o setor.

"O uso da biomassa alterou o cenário da indústria madeireira de florestas nativas. A produção de cavacos cresceu ano após ano desde 2017. Foram produzidos 763,7 mil m³ de cavacos naquele ano, saltando para 3,5 milhões de m³ em 2022, um aumento de 54,5% em relação a 2021. De janeiro a 31 de maio de 2023, foram produzidos 1,7 milhão de m³", comenta.

Em 2010, a cidade de Marcelândia vivenciou uma tragédia devido à falta de utilidade para os resíduos de serrarias. Um incêndio destruiu 80% das empresas madeireiras da cidade, causando um prejuízo de R$ 10 milhões, deixando pessoas desabrigadas e causando problemas respiratórios para centenas de pessoas na época.

O Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada (Imea) projeta que a safra 2021/2032 alcance 144 milhões de toneladas e que a demanda por biomassa aumente. Uma das indústrias que deve impulsionar essa demanda é a de etanol de milho.

A FS Bioenergia, por exemplo, possui três plantas no estado e projeta novas unidades em Mato Grosso. A empresa sozinha consome cerca de 8,4 mil hectares de florestas plantadas (eucalipto e bambu) para abastecer suas três fábricas. Cerca de 53% da biomassa provém de eucalipto, 39% são resíduos da indústria madeireira e palha de arroz, e 8% são de bambu.



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