Na noite de quarta-feira, véspera de Natal, os televisores e rádios de todo o país transmitiram não apenas uma mensagem de boas festas, mas uma manifesto de um Brasil que reencontrou seu caminho. Em um pronunciamento de tom conciliador, mas profundamente político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desenhou o retrato de um 2025 histórico e lançou as bases para o futuro, com um anúncio que reverberou imediatamente nas redes sociais: o apoio majoritário ao fim da escala 6x1.
"Um ano em que todos que torceram ou jogaram contra o Brasil acabaram perdendo", disparou Lula logo no início, definindo o tom de vitória sobre o pessimismo. O balanço de gestão apresentado foi robusto, ancorado no tripé que sustenta a popularidade do governo: bolso cheio, comida na mesa e dignidade no trabalho.
O alívio no bolso
O ponto alto para a classe média e os trabalhadores assalariados foi a confirmação do fim do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A medida, tratada como "vitória" pelo presidente, foi celebrada como o grande presente de Natal para milhões de famílias. "A partir de janeiro, milhões de famílias terão um dinheiro extra todos os meses", garantiu, conectando a medida diretamente ao aquecimento da economia.
A repercussão foi instantânea. Analistas econômicos e internautas apontaram a medida como um motor para o consumo em 2026, enquanto nas redes sociais a frase "último dia com Imposto de Renda descontado" virou meme de celebração.
Saúde e Social
Lula não esqueceu das bases sociais. Ao citar a saída do Mapa da Fome e o fortalecimento do Bolsa Família, reafirmou seu compromisso histórico. Mas foi ao mencionar o programa Agora Tem Especialistas que o presidente tocou em uma ferida antiga da população: a fila do SUS. A promessa de redução no tempo de espera por cirurgias e exames soou como música para quem depende da saúde pública.
O Brasil no Mundo
O discurso também serviu para coroar o êxito da COP30, realizada em Belém. Ao tratar o evento como um "sucesso que consolidou o Brasil como liderança global", Lula capitalizou politicamente sobre a imagem internacional do país, contrapondo a diplomacia e o diálogo ao "Tarifaço" — um desafio externo que, segundo ele, foi vencido com soberania.
A pauta que incendiou as redes
Contudo, foi no encerramento que Lula guardou sua carta mais forte para o diálogo com a juventude e a classe trabalhadora urbana. Ao classificar a escala 6x1 como injusta e desumana, o presidente alinhou-se definitivamente a uma das demandas mais populares dos últimos tempos.
"O fim da escala 6x1, sem redução de salário, é uma demanda do povo que cabe a nós transformar em realidade".
"Não é justo que uma pessoa seja obrigada a trabalhar duro durante seis dias e tenha apenas um para descansar", afirmou. A fala foi recebida com entusiasmo nas plataformas digitais, onde o movimento pelo fim da escala 6x1 já acumula milhões de apoiadores. A declaração foi interpretada como o sinal verde que faltava para que o Congresso acelere a mudança, consolidando a imagem de um governo que, nas palavras do próprio presidente, ouve "uma demanda do povo".
Entre o balanço de um ano vitorioso e os desafios de 2026 — como o combate firme ao crime organizado e à violência contra a mulher —, Lula encerrou 2025 entregando otimismo. Para o governo, o ano termina com o Brasil "vencedor". Para a população, a mensagem de Natal veio embalada na esperança de dias de mais descanso e menos impostos.








