A Polícia Federal não encontrou registro de nenhum inquérito aberto sobre compra da vacina Covaxin.
O deputado Luís Miranda (DEM-DF) afirma ter alertado Jair Bolsonaro sobre indícios de irregularidade na negociação feita pelo Ministério da Saúde.
Segundo o parlamentar, o presidente teria prometido acionar a PF para investigar o caso.
As suspeitas envolvendo a compra da vacina indiana atingiram o Palácio do Planalto, com o relato de Miranda, e viraram uma nova linha de investigação na CPI da Covid.
A existência de denúncias de irregularidades foi revelado pela Folha de S.Paulo na sexta-feira passada (18), com a divulgação do depoimento de Luís Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, e irmão do deputado.
Ele disse ao Ministério Público Federal em Brasília que recebeu uma "pressão atípica" para agilizar a liberação da Covaxin, desenvolvida pelo laboratório Bharat Biotech.
No início, a apuração ocorria no curso de um inquérito civil público aberto pela Procuradoria da República no Distrito Federal.
Depois, o caso foi desmembrado, diante dos indícios de crimes na contratação.
O fato de o governo de Jair Bolsonaro ter reservado R$ 1,61 bilhão para uma vacina sem perspectiva de entrega, com quebras de cláusulas contratuais, já se configura um prejuízo à saúde pública, segundo declaração à Folha de S.Paulo da procuradora da República Luciana Loureiro, responsável pelo inquérito civil.