NOTICIÁRIO Domingo, 03 de Agosto de 2025, 18:41 - A | A

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TECNOLOGIA FINANCEIRA

Pix se expande e já é aceito como pagamento em diversos países

Da Redação com Pedro Rafael Vilela/ABr

O sistema de pagamentos instantâneos Pix, criado pelo Banco Central do Brasil, está sendo cada vez mais utilizado por turistas brasileiros no exterior, com ampla aceitação em países como Paraguai, Argentina e, mais recentemente, Estados Unidos e nações europeias. As informações foram apuradas pelo jornalista Pedro Rafael Vilela e publicadas pela Agência Brasil.

A disseminação do modelo ocorre por meio de soluções desenvolvidas por empresas de tecnologia financeira, as fintechs, que viabilizam o pagamento em estabelecimentos comerciais fora do Brasil.

A dentista Tuanny Monteiro Noronha, de Brasília, utilizou o Pix durante uma viagem de férias ao Paraguai e à Argentina. Em Ciudad del Este, no Paraguai, a presença do método de pagamento era massiva. "Em quase todos os lugares aceitavam, nas lojas grandes aceitavam sempre", relatou. "A presença é quase total mesmo, mais de 90% das lojas."

Em Buenos Aires, capital argentina, a experiência foi semelhante. Segundo Tuanny, a maioria dos restaurantes visitados oferecia a opção de pagamento via Pix. "Eram poucos que não tinham essa opção", comentou.

Oficialmente, o Pix não permite transferências diretas para contas bancárias em outros países. No entanto, a funcionalidade tem sido viabilizada por parcerias entre fintechs brasileiras e empresas credenciadoras no exterior, responsáveis pelas máquinas de pagamento.

Alex Hoffmann, CEO e cofundador da PagBrasil, empresa especializada em processamento de pagamentos digitais, explica o funcionamento. "O lojista pega a maquininha, digita o valor em moeda local, em pesos argentinos, por exemplo, (...) e o QR Code do Pix sai na tela. A pessoa escaneia o QR Code do Pix e o valor é automaticamente convertido para o real de forma instantânea, com o IOF já embutido".

Ele destaca a vantagem da conversão imediata. "Aquele valor que aparece no QR Code da maquininha, já em real, é o valor final da compra pelo cliente. Ou seja, o câmbio é totalmente garantido no ato do pagamento", diferencia Hoffmann.

Entenda a operação

Para que a transação funcione, tanto o pagador quanto a empresa intermediária precisam ter contas em instituições participantes do Pix no Brasil. O usuário efetua um Pix para uma facilitadora de pagamentos internacionais (eFX), que por sua vez realiza uma remessa instantânea para o estabelecimento no exterior.

O Banco Central informou que "com a notoriedade do Pix e sua ampla adoção pela população brasileira, tem sido cada vez mais comum as instituições ofertarem soluções voltadas ao mercado internacional". A instituição reconhece a aceitação do formato em países como Chile, Argentina, Estados Unidos, Portugal e França.

O BC, no entanto, esclarece que "nos modelos que atualmente envolvem o Pix em transações com outros países, o Pix é utilizado tão somente em um estágio da transação [doméstico]". Embora não haja planos imediatos para um Pix internacional, existem estudos para conectar a rede ao sistema Nexus, uma plataforma global para transferências rápidas entre países.

Outra forma de usar o Pix no exterior é por meio de contas multimoeda. A jornalista Verônica Soares, em viagem a Paris, utilizou o sistema para transferir reais de sua conta bancária para um aplicativo financeiro, convertendo o valor instantaneamente para euros. "O Pix facilitou muito a dinâmica da conversão do real para o euro. (...) Tudo muito prático e rápido, usando o celular para fazer os pagamentos", disse.

Utilizado por cerca de 160 milhões de pessoas, o Pix já representa quase metade do total de transações de pagamento no Brasil, superando cartões de crédito e débito.

A expansão internacional do serviço avança para mercados como Espanha, Portugal, Chile, Panamá e Estados Unidos. Recentemente, a PagBrasil firmou um acordo com a Verifone, uma das maiores credenciadoras dos EUA, para oferecer o pagamento via Pix no país. A parceria visa atender aos quase 2 milhões de turistas brasileiros que visitam os EUA anualmente.

Apesar de uma recente investigação aberta pelo governo norte-americano sobre supostas práticas desleais do Brasil, incluindo o Pix, Alex Hoffmann acredita que o avanço da tecnologia é "imparável". "Não tem como parar a história. O Pix é imparável pela qualidade dele. É o sistema de transferências e de pagamento mais versátil do mundo", concluiu.



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