O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um plano de paz de 21 pontos para a Faixa de Gaza após se reunir com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. As informações, divulgadas por agências de notícias como Associated Press e Reuters, detalham uma proposta que visa encerrar o conflito e promover a reconstrução da região.
Durante uma coletiva de imprensa, Trump afirmou que o objetivo é alcançar uma "paz permanente e duradoura". Netanyahu, por sua vez, expressou apoio ao plano, destacando que a proposta atende aos principais interesses de segurança de Israel, como a libertação dos reféns, o desmantelamento completo das capacidades militares do Hamas e a garantia de que Gaza não representará uma ameaça futura.
A proposta estabelece um cessar-fogo imediato, que seria seguido pela retirada progressiva das forças israelenses do território. Simultaneamente, ocorreria a libertação de reféns israelenses e de prisioneiros palestinos. Um dos pilares do plano é a desmilitarização e a desradicalização de Gaza, processo que seria supervisionado por uma força de estabilização internacional.
Para a governança da região, o plano sugere a formação de um governo palestino tecnocrático transitório. Este órgão seria supervisionado por uma comissão internacional liderada pelo próprio Donald Trump e pelo ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair.
No âmbito econômico, a proposta prevê um grande pacote de ajuda internacional para a reconstrução de Gaza, com investimentos massivos em infraestrutura e desenvolvimento. Entre as medidas, está a criação de uma zona econômica especial para estimular a economia local.
O plano também oferece anistia e passagem segura para membros do Hamas que concordem em se desarmar e se comprometer com a paz, caso optem por deixar a região. O documento se opõe formalmente à anexação de Gaza por Israel e desenha um caminho para que a Autoridade Palestina, após reformas internas, possa eventualmente assumir o governo.
A menção à criação de um Estado palestino é tratada como uma meta de longo prazo, sendo considerada vaga e dependente de futuras negociações que seriam mediadas pelos Estados Unidos.
A reação do Hamas à proposta ainda é incerta. Líderes do grupo afirmaram que foram informados sobre a iniciativa, mas aguardam o recebimento dos detalhes formais antes de emitir um posicionamento oficial. Fontes da agência AP indicam que alguns membros expressaram ceticismo, apontando a ocupação contínua como um grande obstáculo.
Líderes de nações árabes como Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Egito foram consultados sobre o plano e, segundo a Reuters, demonstraram um apoio cauteloso. A aceitação plena, contudo, dependerá das respostas diretas das partes envolvidas e da viabilidade da implementação das medidas.
Internamente, Benjamin Netanyahu enfrenta forte pressão de membros de sua coalizão de governo de extrema-direita. Esses parceiros políticos ameaçam desestabilizar o governo caso a guerra termine sem o que consideram a erradicação completa do Hamas. Alguns ministros defendem a anexação de Gaza e a soberania israelense sobre a Cisjordânia.
O anúncio ocorre em um momento de crescente reconhecimento internacional do Estado palestino por países como Reino Unido, França e Austrália, um movimento ao qual tanto Trump quanto Netanyahu se opõem.
O conflito já deixou um rastro de destruição significativo. De acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 66 mil palestinos foram mortos e aproximadamente 168 mil ficaram feridos desde o início das hostilidades.
A próxima etapa do processo envolve o início de negociações detalhadas com todas as partes interessadas para discutir a implementação do plano. A comunidade internacional acompanha atentamente os desdobramentos, na expectativa de uma solução para o conflito.
Fontes: Associated Press (apnews.com), Reuters (reuters.com) e CNN Brasil (cnnbrasil.com.br).






