OPINIÃO Sábado, 26 de Dezembro de 2020, 10:22 - A | A

Sábado, 26 de Dezembro de 2020, 10h:22 - A | A

JUNIOR MACAGNAM

Humanização das entidades

Junior Macagnam

Vice-presidente institucional da CDL Cuiabá e presidente do Sincalco

Mato Grosso tem hoje mais de 400 mil empresários de grande, médio e pequeno porte, porém muitos deles não se sentem representados por nenhuma entidade de classe. A rotina desgastante do empreendedor de gerir um negócio, do mais simples como carrinho de pipoca ou uma pequena loja de rua, que inclui comprar mercadoria, pagar tributos, receber fiscalização, e aguentar o peso do Estado, toma muito tempo de quem empreende. Ah, sem contar que o empresário ainda tem que redobrar a atenção e zelar para manter o bom atendimento ao cliente.

Por outro lado, o que fazem as entidades para tornar a vida do empresário mais fácil? Em procura desta resposta, os dirigentes devem seguir na busca do estreitamento dessa relação em 2021. Se os associados não buscam a entidade, a entidade deve ir até o empresário, ouvir o que ele tem a dizer e principalmente o que ele precisa.

Este ano, em meio à pandemia, que ainda não acabou, centenas de negócios foram fechados e mais tantos outros precisaram de ajuda. Segundo dados do Sebrae Mato Grosso, nosso Estado tem 324 mil empresas de pequeno porte. Destas, um contingente de 233 mil pequenos negócios ficaram bem mais vulneráveis à pandemia, especificamente aqueles que dependem de aglomeração e circulação de pessoas.

É preciso entender este cenário desafiador e levar informação, preparo e capacitação aos empresários, principalmente aos pequenos. E é apenas com proximidade, agilidade e desapego a essa noção de “autoridade” que as grandes entidades têm é que talvez essas centenas de milhares de pessoas que possuem um negócio, seja pequeno ou médio, podem se sentir amparadas e atendidas pelas instituições que os representam.

Pensar em políticas macro de estímulo à economia, como as reformas tributária e administrativa, abertura econômica, para o pequeno e médio terem acesso a fornecedores internacionais, desregulamentação do setor bancário para facilitar o crédito, negociar ajuda a setores que sofrem prejuízos em determinados momentos, oferecer capacitações específicas que o mercado exige devem ser objetivos permanentes das entidades representativas de classe. Mas, é preciso humanizar e pensar localmente.

A promoção da cooperação, da união e troca de conhecimento nunca se fez tão necessária como neste momento. É preciso deixar as reuniões corporativas e as salas com ar condicionado e ir para as ruas, ouvir estes empresários e seus colaboradores. Pensar não somente nas empresas, mas também nas pessoas, uma vez que são elas que fazem o negócio prosperar e movimentam a economia.



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