No mês dos pais, é importante refletir sobre a figura paterna na vida dos filhos e na sociedade. A ausência do pai pode acarretar inúmeros problemas comportamentais e atrasar ou diminuir o desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, refletindo em baixo rendimento escolar, por exemplo.
É comum ouvirmos sobre técnicas de como as mulheres podem conciliar carreira e maternidade, mas pouco falamos ainda sobre a questão inversa. Como é que os homens, nessa nova perspectiva social, poderiam dividir as tarefas e responsabilidades referentes aos filhos?
Há um tempo, o papel do homem era apenas trabalhar para sustentar economicamente a família. Como tinha o poder financeiro, ele era a autoridade máxima da casa, quem dava a última palavra e não se envolvia na criação das crianças. Costumava ser presente fisicamente, mas distante emocionalmente. Com a inserção da mulher no mercado de trabalho, tudo mudou drasticamente.
Infelizmente, nem todos os homens acompanharam essas mudanças e é frequente perceber o distanciamento dos pais em relação aos filhos. Há ainda filhos que sequer conhecem seus pais, cerca de 5,5 milhões de crianças brasileiras não têm o nome do pai na certidão de nascimento, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O dado reflete um triste cenário de abandono por parte de quem deveria amar e cuidar.
Assumir o papel de liderança, hoje, envolve muito mais do que trabalhar para pagar as contas. É preciso se esforçar para ser uma boa referência para as crianças. Há um livro da ex-primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, chamado Nossa luz interior que narra, em dos seus trechos, a importância da relação dela com o pai, um homem que enfrentou esclerose múltipla sem sucumbir à tristeza ou ao desânimo.
“Ele não parou de trabalhar nenhum dia. Diante da doença, não desistiu de viver. Em vez disso, preferiu usar todo o apoio possível. Primeiro a bengala, depois duas muletas. Mais tarde substituiu por um andador. Por fim, a cadeira motorizada. Ele nunca parou, nunca culpou alguém ou deixou a decepção consumi-lo. E ver meu pai cair no chão expõe todas as nossas vulnerabilidades. Foi assustador, mas ele fez o possível para se levantar rápido e rir, porque o riso também era uma ferramenta. O que aprendi com ele: Você cai, se levanta e segue em frente”, diz um trecho do documentário sobre o livro.
Assim como a experiência de Michelle, são inúmeros bons exemplos de empresários, atletas, e personalidades da nossa sociedade que se destacaram a partir do bom exemplo do pai. Daquele pai que participa, que entre erros e acertos, busca desempenhar o papel de líder em casa e com isso assume a responsabilidade por transformar a família em um projeto bem-sucedido.
Ser um líder exige investimento, concorda? Costumo orientar nas mentorias o trabalho a partir de 5 pilares ou “5 Ds”: desejo, definição, decisão, determinação e disciplina. Há uma sequência lógica para alcançar a alta performance e aprimorar o foco para a implementação de novos hábitos, com a busca de melhorias contínuas.
A intenção é que você alinhe esses aspectos para que de fato lhe tragam resultados significativos, não só para a sua carreira, como para sua vida. Porque não existe nada mais gratificante do que encontrar um meio de atingir a alta performance, que é quando encontramos o equilíbrio entre as mais diversas áreas da vida e isso nos gera bem-estar.
Sim, é possível ser pai e marido, pai e profissional dedicado, pai e dono de casa, pai e atleta de academia ou corrida, pai e torcedor de futebol, pai e amigo, enfim, o pai pode atuar em diferentes papéis. A partir de esforço, dedicação e disciplina é possível os homens terem uma vida plena e conectada a tudo e todos que amam. Mas vai exigir um novo papel de liderança. Quem ganha? Os filhos e a sociedade!