OPINIÃO Sexta-feira, 07 de Maio de 2021, 12:33 - A | A

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JOÃO EDISOM

TJMT, muita história para contar

João Edisom de Souza

Graduado em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso (1990), especialização em Psicologia Educacional pela Universidade Federal de Mato Grosso (1993) e mestrado em Educação pela Universidade de Cuiabá (2004). Atualmente é professor da Uniasselvi no seguinte tema: direito, filosofia e psicologia jurídica.

Todos lembram o primeiro de maio como o dia do trabalho, mas aqui em Mato Grosso temos outro motivo para somar a esta comemoração: Foi no dia primeiro de maio de 1874 que foi instalado o que é hoje o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso. De Ângelo Francisco Ramos até Maria Helena Gargaglione Póvoas já são 148 anos de história.

O TJMT foi instalado logo após o fim da Guerra do Paraguai e da pandemia da varíola que atingiu o estado e principalmente Cuiabá. No ano de 1874 compôs o Tribunal o presidente Ângelo Francisco Ramos e os membros Francisco Gonçalves da Rocha, Vicente Ferreira Gomes e Tertuliano Tomás Henrique, procurador da Coroa e Soberania Nacional e promotor de Justiça.

Territorialmente este tribunal, que nasceu ainda no período imperial, sob o comando de Dom Pedro II, já atuou e vivenciou os desdobramentos do território mato-grossense para a formação de outros estados, tais como Rondônia e Mato Grosso do Sul. Participou daquilo que conceituo como recolonização do estado nas décadas de 1960, 1970 e 1980, com o surgimento de povoados que foram virando municípios e se agigantando tanto na economia e quanto nos problemas sociais.

Vivenciou a libertação dos escravos, a proclamação da República e passou também pela primeira e segunda guerra mundial, além das grandes crises mundiais do século passado. Estava em pé durante as pandemias da cólera, em 1887, e da gripe espanhola, em 1918.

O Estado evoluiu, a sociedade se modificou e o Tribunal de Justiça se modernizou, deixando de ser um mero local para analisar e julgar os processos para ser hoje uma instituição com preocupações relativas ao bem comum, tais como meio ambiente, questões sociais, inclusão, direitos humanos e cidadania.

É verdade que vivemos tempos difíceis, onde as instituições têm sido cobradas e nem sempre de forma justa e correta, pois muitos desconhecem os avanços e conquistas ao longo do tempo. Vivemos um período em que para alguns parece que destruir é mais importante que evoluir. A verdade é que o sistema judiciário melhorou muito. O TJMT é um grande exemplo de evolução através de sua própria história.

Em uma sociedade globalizada, dinâmica e eclética, cada vez mais se exige uma justiça participativa e até intervencionista na vida politica e social das organizações e das pessoas. Estes fatores são grandes desafios do presente e futuro, pois vão além das prerrogativas e sempre corre o risco de ser mais julgado que julgador.

As organizações administrativas dos países e os sistemas políticos de governos vivenciam uma crise mundial, colocando o Estado no olho do furacão e acalorando cada vez mais as relações. O judiciário se torna a última instância para apaziguar as mais diversas contendas. Por isso se faz necessário um judiciário altamente preventivo e não apenas reativo.

Parafraseando o ex-presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, “a justiça não consiste em ser neutro entre o certo e o errado, mas em descobrir o certo e sustentá-lo, onde quer que ele se encontre, contra o errado.”. O judiciário, enquanto aparelho regulador, terá que antecipar-se aos fatos.

O grande desafio é como fazer isso sem ideologizar e cair na vala comum dos debates de bares e esquinas e ter seu papel de mediador e finalístico questionado. Sabemos que outros desafios tão importantes quanto os de agora já foram transpostos. Isso nos dá a certeza que, calcado em sua história, o TJMT responderá estas e outras questões com a mesma maestria trilhada até hoje. Parabéns TJMT pela sua grandeza e história!



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