A obra de retaludamento do Portão do Inferno, anunciada pelo Governo de Mato Grosso como a solução mais rápida e barata para sanar o deslocamento de blocos na região recebeu mais um aditivo de prazo para conclusão da intervenção.
A obra, que teve início em agosto de 2024, deveria ser concluída em 120 dias, ou quatro meses, conforme havia anunciado o Governo de Mato Grosso. No entanto, chegou dezembro e as intervenções não foram concluídas. Desta feita, um novo aditivo, de mais 120 dias foi realizado. Com o novo prazo, a obra deveria ser concluída em abril, o que também não se confirmou.
Agora uma nova dilação de prazo foi estipulada, o que cria a expectativa de conclusão do retaludamento no segundo semestre deste ano. Mais 120 dias foram concedidos, o que estende o prazo até agosto de 2025.
Conforme o Mapa de obras, disponibilizado pela Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), a empresa Lotufo Engenharia, responsável pelo projeto, já executou 25,23% da obra, o que corresponde ao montante de R$ 9.387.347,64. No entanto, recebeu por 23,89%, quantia que soma R$ 8.888.090,41.
Além do aditivo de prazo, também foi registrado um aditivo de valores, que totaliza R$ 7.619.071,55. Desta maneira, o retaludamento anunciado por R$ 29,5 milhões já está custando aos cofres públicos R$ 37.201.475,12.
Neste momento, quem passa pela MT-251, pode visualizar a construção de uma via de acesso para o topo do morro. Isso porque o retaludamento precisa ser feito de cima para baixo. A estimativa é que sejam retirados 180 mil metros cúbicos do morro e que o corte promova um recuo de 10 metros na pista.
A escolha pelo retaludamento foi questionada pelo presidente da Federação Brasileira de Geólogos (FEBRAGEO) e professor da UFMT, Caiubi Kuhn. O profissional considera que esta não é a melhor alternativa para o local. Pondera que a estrada poderá ser totalmente fechada quando o corte do morro tiver início, dificultando bastante a vida dos moradores que precisam pegar a estrada diariamente, seja para trabalhar, estudar ou para tratamento de saúde.
“Para você fazer um desmonte de rocha de um local como esse, precisa começar do topo para a base. Para fazer isso, é preciso subir com caminhão, com equipamentos pesados para tirar essa rocha e transportar para um outro local. Não é uma obra simples. Precisa de vias de acesso para chegar até o topo do Portão do Inferno e hoje essas vias de acesso não existem. Quando a gente considera a condicionante dessas vias de acesso, a gente consegue dizer com certa certeza de que isso não será uma obra para 120 dias”, ponderou em entrevista concedida à TV Centro América ainda em abril de 2024.
A melhor opção, segundo estudo feito pela UFMT, seria a construção de um viaduto. Desta maneira a estrada não sofreria interrupções enquanto a obra seria feita pelo Governo de Mato Grosso. No entanto, o Executivo foi irredutível na escolha.