Muita gente tem se manifestado, principalmente veículos da grande imprensa, contrário à realização da Copa América no Brasil, inclusive aqui em Cuiabá. Neste momento não é possível saber com exatidão o impacto desse evento, se haverá mesmo um aumento do contágio como muitos argumentam sem apresentar uma fundamentação mais consistente.
Porém, a contrariedade com a Copa América parece ter mais relação com a enorme politização de tudo o que acontece no País, do que propriamente com eventuais consequências dos jogos sem público, de jogadores não vacinados ou não devidamente testados.
Para que os argumentos contra a Copa América ganhassem alguma força ou consistência, seria necessário que a mesma oposição ocorresse em relação aos campeonatos estaduais, ao Brasileirão, a Sul-americana, a Libertadores e às Eliminatórias da Copa. Não faz sentido ser contra uma e não ser contra as outras competições.
Outro assunto, este sim muito mais grave, é o levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde da Capital que mostra que apenas nos primeiros 12 dias deste mês de junho, 11 mil pessoas que estavam com vacinação agendada deixaram de comparecer aos postos de vacinação. Quem em sã consciência deixa de se vacinar em plena pandemia, com escassez de vacinas e com um número absurdo de mortes pela Covid?
Pasmem: o grupo prioritário com o maior número de pessoas que deixou de se vacinar foi o de profissionais de Educação. Isso mesmo, o grupo que deveria ser o mais esclarecido, o mais informado, o que tem o maior grau de conhecimento foi justamente aquele que mais se absteve da vacina.
Vacinar-se é uma questão de inteligência, de defender a própria vida e a do outro, É de ajudar o País a superar essa pandemia que já matou quase meio milhão de brasileiros e que arrasta para a miséria centenas de milhares de desempregados por conta da pandemia.
Outro absurdo: as pessoas deixam de se vacinar, em boa parte dos casos, porque não podem escolher a vacina de sua preferência. Isso é de uma ignorância desmedida. Todas as vacinas, independentemente de marca, do laboratório ou de sua origem, são capazes de oferecer o que é mais importante: a imunização contra a covid-19. A única vacina que não imuniza é aquela que deixa de ser tomada.