A fusão do Democratas (DEM) com o Partido Social Liberal (PSL) para dar origem ao novo partido já batizado de União Brasil, muda o cenário político na Câmara Federal. Uma vez autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o União Brasil passará a ser o maior partido na Câmara, com 81 deputados. Mas a expectativa é de que esse número sofra alterações até abril do ano que vem, quando abre a janela partidária. Bolsonaristas devem deixar a nova sigla, que também deve receber adesões de parlamentares de outros partidos.
O União Brasil já nasce determinado a ter uma candidatura própria a Presidência da República nas próximas eleições, mas pode apoiar outra candidatura, desde que não seja a de Jair Bolsonaro.
Isso nos remete às consequências da fusão no cenário estadual. Na Assembleia, o União Brasil nasce com seis parlamentares: Eduardo Botelho e Dilmar Dal Bosco, ambos oriundos do DEM. Eliseu Nascimento, Gilberto Catani, Ulysses Moraes e Delegado Claudinei, do PSL, eleitos na onda bolsonarista.
Possivelmente três dos quatro mudarão de partido para seguirem o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. A exceção é Ulysses Moraes, que faz oposição sistemática a Mauro Mendes, e deverá acompanhar alguma candidatura de oposição ao Palácio Paiaguás.
Na prática, em Mato Grosso, o União Brasil nascerá meio que esfacelado, mas com potencial para se tornar um dos maiores partidos estaduais depois da janela partidária de abril e a partir da deflagração do processo eleitoral, já que Mauro Mendes deve ser a candidatura de maior peso na disputa pelo governo nas eleições de 22.