Em entrevista concedida ao "Jornal da Cultura", na Cultura FM 90.7, aos jornalistas Antero Paes de Barros e Michely Figueiredo, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, abordou questões políticas locais e nacionais, incluindo a pré-candidatura de Natasha Slhessarenko ao governo de Mato Grosso, o anúncio de Pedro Taques ao Senado e os investimentos do governo federal no estado.
Sobre a pré-candidatura de Natasha Slhessarenko ao governo de Mato Grosso, o ministro expressou otimismo. Ele descreveu Natasha como "uma revelação na política mato-grossense, uma mulher de muita altivez, muito competente". Fávaro previu que ela será "a grande revelação das eleições 2026 no estado de Mato Grosso".
O ministro também afirmou que, dependendo da composição política, tem grandes chances de ir para o segundo turno pela primeira vez na história de Mato Grosso. Ele garantiu que "não há qualquer possibilidade de recuo" do projeto, destacando a construção de um caminho "seguro, transparente, mas aberto ao diálogo".
Fávaro ponderou que "a política é a arte de dialogar, de conversar, de entender qual o melhor caminho e qual a melhor composição para o momento". Ele reiterou que, embora a política seja dinâmica, o PSD tem um "grande quadro a apresentar" para Mato Grosso e que o estado "vai se surpreender com a capacidade da doutora Natasha".
Ainda no âmbito político, foi levantada a questão do anúncio do ex-governador Pedro Taques como possível candidato ao Senado em 2026, feito pelo presidente nacional do PT durante uma reunião da Federação Brasil da Esperança. Fávaro esclareceu que o PSD "não foi consultado", uma vez que não há formalização com a Federação.
Como presidente do Partido Social Democrático em Mato Grosso, Fávaro defendeu a legitimidade democrática: "É legítimo, é o movimento da Federação Brasil da Esperança, que se reuniu traçando o seu destino com a sua independência". Ele reiterou que o PSD também tem "um belíssimo projeto a apresentar", com candidaturas a governador, senador e deputados.
O ministro destacou a importância de apresentar diversos nomes e projetos à população para fortalecer a democracia. "O PSD está aberto a discutir com todos os partidos e com todos os campos políticos, independente da Federação Brasil da Esperança", garantiu Fávaro.
Marco Temporal
Um dos temas mais sensíveis da entrevista foi a demarcação de terras indígenas e o Marco Temporal. Fávaro revelou ter votado a favor do Marco Temporal no Senado Federal. Ele defende que "o Estado brasileiro tem o direito de mudar o destino do uso e ocupação do solo".
Contudo, o ministro argumentou que, se o Estado decidir ampliar áreas de reserva indígena onde já há propriedades tituladas e desenvolvidas, deve haver indenização. "Em dinheiro, em valor nominal e à vista", afirmou, criticando a emissão de títulos governamentais com vencimento em longo prazo para famílias que tiveram a propriedade garantida pelo próprio Estado.
Fávaro expressou a esperança de que os ministros do Supremo Tribunal Federal, ao decidir sobre o Marco Temporal, "tenham bom senso". Ele defendeu que, caso o Marco Temporal não tenha validade e a titularidade das terras possa ser alterada, a decisão judicial também inclua a "compensação legítima" aos produtores afetados.
"Senão é fazer uma política pública pra um brasileiro em detrimento do outro, e o Estado comete daí injustiça", concluiu o ministro sobre a questão, lembrando que a Constituição prevê indenização justa, prévia e em dinheiro.
O ministro também abordou a ausência do presidente Lula na entrega de maquinários, desmentindo rumores, e enfatizou os investimentos do governo federal em Mato Grosso. Ele citou o programa Minha Casa, Minha Vida, com "recorde absoluto de contratações", chegando a quarenta mil unidades no estado, incluindo casas de qualidade com subvenção.
Fávaro mencionou o licenciamento de obras históricas paralisadas há mais de dez anos, como a BR-158, o contorno da reserva Marechal Rondon e o Rodoanel de Cuiabá, que estão em andamento com recursos federais. A BR-163 também está sendo duplicada em parceria com o governo do estado, com financiamento federal.
"O presidente Lula voltou independente da sua posição política ou partidária, o resultado da eleição, tá investindo como ninguém nunca investiu no estado de Mato Grosso e eu tenho muito orgulho de fazer parte desse time", finalizou o ministro.






