AMBIENTE INTEIRO Terça-feira, 31 de Agosto de 2021, 14:16 - A | A

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2021

Ações preventivas reduzem 91% dos focos de incêndio no Pantanal  

Marcio Camilo
REM MT

Neste ano, os focos de incêndio no Pantanal tiveram queda de 91,17% em comparação ao ano passado. Os dados são do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). A queda resultou em melhor qualidade de vida aos cuiabanos, que passaram a respirar melhor e a conviver com um céu menos poluído. Um cenário totalmente diferente do ano passado, quando os incêndios no bioma resultaram numa densa nuvem de fumaça que tomou conta da atmosfera da cidade. Muitas pessoas tiveram problemas respiratórios entre os meses de julho e setembro de 2020.

Se a qualidade do ar é outra na capital de Mato Grosso em 2021, muito disso se deve ao intenso trabalho dos homens e mulheres do Corpo de Bombeiros do estado. O tenente Isaac Wihby, que atua no Batalhão de Emergências Ambientais (BEA-MT), ressalta que um bombeiro pode trabalhar por vários dias ininterruptos, a depender da gravidade do incêndio.

 Divulgação

céu de cuiabá

                      Na foto a esquerda o céu de Cuiabá em 1º de setembro de 2020 e na foto a direita o céu da capital no dia 28 de agosto de 2021

Em muitas ocasiões, conforme o tenente, os profissionais são submetidos a essas condições extremas, principalmente nos meses de julho a setembro, quando falta chuva e o risco de grandes incêndios florestais aumenta. “É um calor escaldante, com fumaça ardendo os olhos e invadindo os pulmões”, conta.

Ele detalha que os incêndios no Pantanal são combatidos em locais de difícil acesso. “As vezes tem atoleiros e a mata é fechada. Isso dificulta muito a entrada de equipamentos mais sofisticados para combater as chamas. Diante desse cenário, o trabalho precisa ser feito de maneira mais rústica, com abafadores, caminhões tanques e bombas costais”.

Com a rotina intensa, o tenente destaca que os profissionais não conseguem se alimentar direito. "Às vezes podemos passar dias sem almoçar e jantar, dependendo da intensidade do incêndio. Nesses casos mais extremos, o que dá para levar é um lanche, um pão, frutas…. algo que dê para comer de forma rápida, pois é preciso retornar ao trabalho o quanto antes”.

Explica ainda que via de regra os bombeiros fazem 10 dias de missão em campo e depois retornam para as atividades normais. “Mas, em situações de muitos focos e grandes incêndios florestais, o trabalho pode se estender por 25 dias ininterruptos na mata, quase um mês, sem voltar para casa”.

Para reduzir as queimadas no Pantanal, neste ano os bombeiros também contaram com ajuda do Programa REM Mato Grosso. O REM MT apoiou na estruturação da Sala de Situação do BEA-MT, que monitora os incêndios florestais no estado. A estruturação se deu por meio da compra de painéis e computadores de última geração que permitiram uma resposta mais rápida das equipes de campo no combate aos focos de calor, para que eles não se transformem em incêndios de grandes proporções que devastam grandes áreas.

O resultado desse apoio ajudou Mato Grosso a reduzir em 91,17% os focos de calor no bioma Pantanal. Para se ter uma ideia da diferença, em 2020, o Inpe registrou no Pantanal quase 4 mil focos de calor, contra apenas 352 neste ano, entre o período de 1° de janeiro a 24 de agosto de 2021.

O REM MT também investiu cerca de R$ 4 milhões no plano macro do Governo do Estado para combater o desmatamento e os incêndios florestais (temporada 2021). O recurso faz parte do valor global de R$ 73 milhões investidos pelo estado. 

SOBRE O REM MT

O Programa REM MT (do inglês, REDD para Pioneiros) é uma premiação ao Estado do Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento nos últimos 10 anos. A cooperação internacional dos governos do Reino Unido e da Alemanha doam recursos por meio do BEIS e do Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW) para o Programa que aplica em ações de conservação da floresta a fim de reduzir emissões de CO2 no planeta. Para isso, beneficia diretamente iniciativas que contribuem para reduzir o desmatamento, estimular a agricultura de baixo carbono e apoiar povos indígenas e comunidades tradicionais.

É coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e gerenciado financeiramente pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).



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