Jargão que já virou meme e tem sido falado por vários. Essa semana presenciamos no sul do país o ciclone extratropical. De acordo com MetSul Meteorologia, estudos indicam a formação de novo ciclone na mesma região. No final de maio, a Índia passou por episódio ainda mais agressivo com a chegada do ciclone Amphan. Com ventos de 259 km/h, 13,5 milhões de dólares de estragos e 118 mortos, o Amphan foi considerado um fenômeno natural extremo.
Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, eventos naturais extremos serão mais frequentes e intensos. Em outras palavras, esses fenômenos acontecerão em um espaço de tempo reduzido e serão mais fortes. Tais fatores somados formam a exata combinação capaz de causar grandes prejuízos e mortes.
Em 50 anos, desastres naturais na América Latina fizeram 510.000 mortes e danos na monta de 437 bilhões de dólares, de acordo com o Relatório da Comissão Econômica para América Latina e Caribe, lançado em junho. Entre 1979 e 2019, 2.309 desastres foram contabilizados. Diante da velocidade no avanço das mudanças climáticas, os cenários futuros seguem refletindo uma piora.
Episódios envolvendo secas intensas e secas fortes irão ocorrer com maior frequência. E qual a solução? Não há um modelo ideal e único para atender a emergência climática. Hoje contamos com medidas de adaptação, que servem para adequar a realidade aos problemas climáticos, como por exemplo, construindo paredes de pedras para que as ondas não ultrapassem. Outra medida é a mitigação, que envolve reduzir a emissão de gases de efeitos estufa (GEE) e, consequentemente, diminuir o aquecimento da terra. Como exemplo de ação mitigadora temos a manutenção das áreas preservadas, que servem para captar GEE.
Por isso é tão importante mantermos as florestas em pé, dada a capacidade de cada árvore em sequestrar dióxido de carbono, o principal GEE. Preservar os biomas brasileiros, dentre eles o bioma Amazônia, que apresenta maior extensão territorial no Brasil, é de extrema importância para mitigação climática. Além das ações protetivas do meio ambiente, também é necessário reduzir a emissão de GEE, por meio de atividades limpas e, ainda assim, não basta.
Um problema complexo exige resoluções complexas e, para tanto, a Organização das Nações Unidas estabeleceu os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, contendo 17 agendas para que possamos cumprir visando um mundo melhor. Dentre eles estão as pautas relacionadas a pobreza, saúde, energia limpa, gênero, educação, proteção da vida terrestre, dentre outros.
2020 tem sido um ano difícil. Acontece que para toda ação há uma reação, nas sábias palavras de Newton. Foram tantos anos de ação humana, eis que vem a reação onde novos anos podem ser marcados por fenômenos naturais ainda mais intensos.
Leia mais textos relacionados nos links abaixo:
Polarização compromete diálogo sobre meio ambiente
Defesa da floresta deve ser cláusula pétrea, defende Torloni