Fez-se a luz. E com ela, tudo o que está do lado de fora também passou a morar em nosso interior, com certas distorções, exageros e liberdades poéticas.
São nossas percepções, experiências, impressões que os contatos com os outros nos deixam.
E como é complicado em certos momentos abrir as janelas da alma para distinguir o que é real e o que é fruto da forma com que recebemos a realidade!
Talvez a sabedoria seja tão somente conseguir separar esses dois universos que correm lado a lado, como braços que deságuam num mesmo rio. Talvez seja apenas questão de enfrentar e domar os impulsos, mantendo a mente livre de julgamentos, tantas vezes enganadores, como se observássemos nossa vida fora de nós mesmos.
Enquanto isso, sobram mal-entendidos, corações partidos, projetos sequer iniciados interrompidos, conflitos de toda sorte e dimensões - externos e, pior, internos.
E desde que o mundo é mundo tantos estudiosos seguem em busca de uma fórmula, um alívio, um respiro no caos que somos nós, humanos, tentando encontrar sentido em tudo, em coisas que talvez não tenham.
E seguimos adiante, como um propósito ao mesmo tempo individual e coletivo, na tarefa de tentar entender, de desvendar esse enigma, montar esse quebra-cabeça interminável, crianças tolas e pretensiosas no jardim do cosmos.