A Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) divulgou o resultado da análise da balneabilidade em rios e córregos de 15 municípios, utilizados por banhistas para fins recreativos. De 41 locais avaliados, apenas sete apresentaram água imprópria para banho, segundo o boletim publicado pela pasta.
O estudo verificou a presença da bactéria Escherichia coli acima dos limites permitidos — microrganismo capaz de causar infecções gastrointestinais e doenças de pele — em pontos específicos. São eles: Praia de Bonsucesso, em Várzea Grande; Comunidade de São Gonçalo, em Cuiabá; Cachoeirinha, em Chapada dos Guimarães; Vereda e Santo Antônio do Leverger; Estação Astyanax Xavante, em Barra do Garças; Rio Paraguai, em Barra do Bugres.
As análises foram realizadas entre 30 de junho e 4 de setembro de 2025, por meio de coletas em campo e processamento em laboratório da Sema, em Cuiabá, seguindo os padrões estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). O levantamento serve como subsídio para a atuação das prefeituras e órgãos de fiscalização.
Pontos próprios para banho
Em Cuiabá, nove pontos foram avaliados: Comunidade Aguaçú, Ponte de Ferro da Guia, Ponte de Ferro no Rio Coxipó, Mutuca, Rio Claro, Balneário Soberbo (Coxipó Açú), Coxipó do Ouro, Comunidade São Gonçalo e Salgadeira. Apenas a praia da Comunidade de São Gonçalo apresentou condições impróprias.
Em Várzea Grande, a praia de Bonsucesso ficou imprópria, enquanto Passagem da Conceição foi considerada própria. Já em Chapada dos Guimarães, Cachoeirinha foi classificada como imprópria, enquanto Cachoeira dos Namorados e Lago de Manso (marinas) estavam próprias.
Em Barra do Garças, ponto turístico do estado, das quatro praias analisadas, apenas a Praia da Primavera/Rio Araguaia – do Pontal do Araguaia, do Bosque Rio Garças e a Cachoeira Pé da Serra foram consideradas próprias para banho.
Outros municípios, como Nobres, Jaciara, Nova Marilândia, Nortelândia, Diamantino, Colíder, Guarantã do Norte, Matupá e Peixoto de Azevedo, tiveram todas as coletas classificadas como próprias para recreação.
Orientações da Sema
A Sema reforça que a população deve evitar o banho em locais classificados como impróprios; redobrar atenção com crianças e idosos; evitar contato com a água após chuvas intensas; não ingerir água desses locais sem tratamento adequado.
Além disso, qualquer suspeita de alteração nas condições de balneabilidade deve ser comunicada à Sema, que poderá realizar novas coletas e avaliações.
A balneabilidade é verificada por meio de coletas semanais, durante cinco semanas consecutivas, em áreas de recreação de contato primário, onde a profundidade atinge 1 metro. São analisadas amostras microbiológicas e o pH da água.
As amostras são acondicionadas em caixas térmicas e levadas ao laboratório da Sema, em Cuiabá, onde recebem processamento técnico. Ao final, é emitido um boletim classificando o ponto como próprio (excelente, muito bom ou satisfatório) ou impróprio.
A análise é fundamental para proteger a saúde pública e conservar os recursos hídricos. Detectando microrganismos patogênicos, esgoto ou fezes de animais próximos aos rios, é possível evitar doenças como poliomielite; cólera; hepatite; febre tifoide; gastroenterite e infecções de pele.
Além de prevenir enfermidades, o levantamento permite orientar a população e as prefeituras sobre a manutenção da qualidade da água e a segurança nos pontos de recreação.