O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou, durante cerimônia de entrega de equipamentos para a manutenção de estradas vicinais não asfaltadas, que lamenta o fato de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter imposto uma série de restrições para a aquisição das doses da vacina Sputnik V. Para o gestor, a agência adotou "dois pesos e duas medidas" ao analisar o imunizante russo e a vacina Janssen.
O gestor lembrou que a Anvisa flexibilizou a data de vencimento das vacinas da Johnson para que o imunizante chegasse ao Brasil e por outro lado criou empecilhos para que os estados adquirissem a vacina russa, que já é utilizada em mais de 60 países no mundo.
Com validade inicial de 27 de junho, a Agência autorizou a ampliação do prazo de três para quatro meses e meio, sob condições de armazenamento de 2° a 8° C. A decisão ocorreu em uma reunião dos diretores na segunda-feira (14) e vai no mesmo sentido do que já tinha decidido a FDA, a agência reguladora dos Estados Unidos. Com isso, os imunizantes irão vencer apenas no inicio de agosto. A previsão é que o Brasil receba nesta quarta 3 milhões de doses da Janssen, que por ser em dose única, poderá imunizar mais 3 milhões de brasileiros.
Mato Grosso negociava a entrega de 1,2 milhão de doses da Sputnik V, mas obteve liberação de adquirir cerca de 70 mil doses, o equivalente a 1% do total pleiteado.
Questionado se a motivação poderia ser política, o governador não quis se pronunciar, mas afirmou que os fatos existentes permitem que a própria população faça o juízo de valor.
O estado espera receber nos próximos dias mais doses da vacina Coronavac, que reforçarão a imunização da população matogrossense.
Conforme dados do Consórcio de Veículos de Imprensa no final de maio, 17,13% da população do estado já recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e 7,97% recebeu a segunda aplicação.