Após se entregar à polícia na manhã desta quinta-feira (23), um dos autores da chacina registrada em Sinop na terça-feira de Carnaval, Edgar Ricardo de Oliveira foi submetido a interrogatório na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mas preferiu ficar em silêncio, sem responder a nenhuma das perguntas feitas pelo delegado responsável pelo caso, Braúlio Junqueira.
Para o delegado, o silêncio faz parte da estratégia da defesa. Edgar era procurado e estava com um mandado de prisão em aberto em razão da participação na chacina que vitimou sete pessoas em Sinop, sendo uma delas uma adolescente de 12 anos. A motivação do crime seria derrota em partidas apostadas de sinuca, que fizeram Edgar ter um prejuízo de mais de R$ 4 mil.
Edgar se entregou à polícia depois de que seu comparsa, Ezequias Souza Ribeiro, 27, morreu em um confronto com o Batalhão de Operações Especiais (BOPE), em uma área de mata, afastada 15 km do centro de Sinop, nesta quarta-feira. Ao tomarm conhecimento da notícia, Edgar avisou às forças policiais, por meio do seu advogado, que iria se entregar, desde que a sua integridade física fosse preservada.
Conforme solicitado pelo suspeito, a imprensa acompanhou sua rendição, assim como seu advogado, Marcos Vinicius Borges. Ele estava em uma casa no Jardim Califórnia, em Sinop. Conforme o advogado, o acusado teria se arrependido do crime.
Ezequias e Edgar cometeram a chacina utilizando uma pistola 380 e uma espingarda calibre 12. Desde então uma força-tarefa foi criada para prender os responsáveis pelo crime.
Para o delegado Bráulio, com a morte de Ezequias e a prisão de Edgar, o caso foi encerrado. Embora tenha permanecido em silêncio, o delegado afirma que em off Edgar confessou o crime no momento do cumprimento da prisão e deve responder por sete homicídios qualificados.