A aprovação do presidente da República, Jair Bolsonaro, caiu em dezembro, na comparação com setembro, chegando a 35%, cinco pontos porcentuais a menos do que o resultado anterior de 40%. É o que revela pesquisa realizada pelo Ibope, divulgada nesta quarta-feira, 16, e contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), sobre aqueles que consideram o governo ótimo ou bom.
A avaliação negativa, ou seja, aqueles que classificam a administração federal como ruim ou péssima subiu de 29% para 33% em três meses.
Entre uma pesquisa e outra, os casos de covid-19 voltaram a crescer no País e, desde o início da pandemia, a doença já matou 182.854 pessoas, segundo o balanço mais recente do consórcio formado pelo jornal O Estado de S. Paulo, G1, O Globo, Extra, Folha de S.Paulo e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde.
Nesse período, o governo se envolveu em polêmicas sobre o desenvolvimento de vacinas contra a doença e ainda não apresentou um plano para imunizar a população.
O Ibope também perguntou os entrevistados se aprovam ou desaprovam a maneira do presidente administrar o País. Nesse quesito, a aprovação pessoal de Bolsonaro caiu de 50% para 46%.
A desaprovação subiu, também no limite da margem de erro, de 45% para 49%.
A confiança no presidente praticamente não mudou. O porcentual dos brasileiros que confiam em Bolsonaro oscilou para baixo (também dentro da margem de erro) de 46% para 44%, enquanto o porcentual dos que não confiam no presidente oscilou de maneira inversa, passando de 51% para 53%.
Com exceção do Nordeste, a popularidade do presidente Jair Bolsonaro recuou em todas as regiões do País. Além disso, a queda da popularidade do presidente é mais acentuada entre as pessoas com 25 a 34 anos de idade. É o que mostra pesquisa do Ibope realizada a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
As regiões Sudeste e Nordeste reúnem a maior parcela descontente com o presidente. Para 36%, no Sudeste, e 34%, no Nordeste, o governo está sendo ruim ou péssimo. Em ambas as regiões, 55% não confiam no presidente e 52% dos entrevistados no Sudeste e 51% no Nordeste não aprovam a maneira de governar.
A região Sul continua sendo onde o presidente é mais popular, com 44% dos entrevistados considerando o governo como ótimo ou bom, 52% afirmando confiar no presidente e 55% aprovando sua maneira de governar.
A popularidade do presidente é maior nas cidades pequenas, segundo a pesquisa. O sentimento dos moradores de cidades com até 50 mil habitantes com relação ao presidente e seu governo praticamente não muda entre setembro e dezembro.
"Tais cidades apresentam a maior proporção de residentes satisfeita com o presidente Jair Bolsonaro: mais da metade da população confia no presidente e aprova sua maneira de governar, respectivamente, 53% e 55%. Os percentuais caem, respectivamente para 35% e 36% nas grandes cidades (com mais de 100 mil habitantes), onde 62% não confiam no presidente e 58% desaprovam sua maneira de governar", destaca a pesquisa.Jovens
O levantamento revela que o descontentamento com o governo do presidente Jair Bolsonaro é maior entre os mais jovens. A queda da popularidade de Bolsonaro é mais acentuada entre os entrevistados com 25 a 34 anos de idade, o que aproxima a avaliação sobre o presidente e seu governo desse grupo à avaliação dos entrevistados entre 16 e 24 anos.
A pesquisa aponta na avaliação do governo que 39% e 37%, dos entrevistados com 16 a 24 anos e dos com 25 e 34 anos, respectivamente, avaliam o governo como ruim ou péssimo. Os porcentuais que avaliam como ótimo ou bom são, respectivamente, 28% e 29%. Ainda considerando esses dois estratos de idade, 64% e 56%, respectivamente, não confiam no presidente Jair Bolsonaro e 55% e 53%, respectivamente, desaprovam sua maneira de governar.
Aprovação do governo na área ambiental varia de 37% para 36%
A pesquisa revela que o índice de pessoas que reprovam o governo na gestão do meio ambiente subiu para 59% ante 57% registrado em setembro. A aprovação da atuação do governo Bolsonaro na área de meio ambiente variou de 37% para 36%. Em dezembro de 2019, a aprovação do governo nessa área chegou a 40%. Nos últimos meses, com o avanço das queimadas na Amazônia e no Pantanal, o Brasil virou alvo de críticas e pressão por parte dos investidores estrangeiros, ruralistas e ambientalistas por respostas contra a destruição das florestas.
Das nove áreas pesquisadas, quatro registraram queda no porcentual de avaliação, entre setembro e dezembro, acima da margem de erro da pesquisa de dois pontos porcentuais para cima e para baixo: segurança pública, saúde, taxa de juros e combate à inflação.
Com relação à área de combate à fome e à pobreza, houve queda também na avaliação sobre a atuação do governo, mas no limite da margem de erro, ou seja, de quatro pontos porcentuais. A aprovação da população sobre a gestão do governo no combate à fome e à pobreza ficou em 44%, enquanto outros 53% desaprovam a atuação do Executivo federal.
Segurança pública tem aprovação de 44% da população, segundo a pesquisa, uma queda de 7 pontos porcentuais em relação a setembro. A parcela dos que desaprovam a atuação do governo federal nessa área chegou a 53%. Em setembro, essa era a única área aprovada por mais da metade da população. Mas, ainda assim, destaca a pesquisa, a segurança pública continua sendo a área melhor avaliada, empatada com combate à fome e à pobreza.
A atuação do governo no combate à inflação caiu da quinta para a sétima posição no ranking das mais bem avaliadas, com 33% de aprovação. Nas últimas colocações continuam impostos e taxas de juros, cada área com 70% de desaprovação.
A CNI-Ibope foi realizada entre os dias 5 e 8 de dezembro, com 2 mil pessoas em 126 municípios. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.