NOTICIÁRIO Quinta-feira, 13 de Novembro de 2025, 10:32 - A | A

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AGRONEGÓCIO

Brasil projeta colheita de 354,8 milhões de toneladas de grãos na safra 2025/26

Da Redação com Abr

CNA/WENDERSON ARAUJO/TRILUX

Produção de Soja

 

O Brasil deve colher uma safra recorde de 354,8 milhões de toneladas de grãos no ciclo 2025/26, com um crescimento projetado de 3,3% na área total cultivada, que pode alcançar 84,4 milhões de hectares. As informações constam na segunda estimativa para a safra, divulgada nesta quinta-feira (13) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e publicadas pelo jornalista Pedro Peduzzi, da Agência Brasil.

Apesar do otimismo com o volume geral, o relatório da estatal acende um alerta sobre os desafios que o campo enfrenta. A produtividade média nacional está estimada em 4,2 mil quilos por hectare, mas a Conab adverte que as projeções dependem diretamente das condições climáticas nas principais regiões produtoras, que já apresentam instabilidades.

Eventos climáticos adversos recentes, como as chuvas intensas no Sul, a irregularidade pluviométrica em Mato Grosso e o atraso das precipitações em Goiás, são fatores de risco que podem impactar o resultado final da colheita e já afetam o desenvolvimento de algumas culturas importantes.

Principal produto do agronegócio brasileiro, a soja tem uma projeção de aumento de 3,6% na área a ser semeada, chegando a 49,1 milhões de hectares. Se as condições se confirmarem, a produção da oleaginosa pode atingir 177,6 milhões de toneladas. Contudo, o plantio está atrasado em comparação à safra anterior, especialmente em Goiás e Minas Gerais, onde os índices de chuvas não foram satisfatórios para o avanço da semeadura.

No Mato Grosso, maior estado produtor, o ritmo de plantio é semelhante ao do ciclo passado. O levantamento detalha, porém, que a instabilidade climática registrada em outubro fez com que a implantação da cultura ocorresse em condições abaixo das ideais. Algumas áreas semeadas no início do mês sentiram os efeitos do déficit hídrico, o que comprometeu a população de plantas por hectare.

Para o milho, a estimativa para as três safras do período é de 138,8 milhões de toneladas, um volume que, se confirmado, representará uma redução de 1,6% em relação ao ciclo anterior. A primeira safra do grão, por sua vez, deve ter um crescimento de 7,1% na área cultivada. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, as baixas temperaturas retardaram o desenvolvimento inicial da cultura, mas ainda sem perdas no potencial produtivo. No Paraná, no entanto, intensas precipitações e granizo no início de novembro causaram impactos negativos em algumas lavouras.

A produção de arroz deve alcançar 11,3 milhões de toneladas, um resultado 11,5% menor do que o obtido na safra anterior. Segundo a Conab, a queda é consequência direta da diminuição da área de cultivo. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, a semeadura ultrapassa 78% do previsto, embora em algumas áreas a operação tenha sido atrasada devido às chuvas que impediram a entrada de maquinário no campo.

A colheita de feijão, somando as três safras, está estimada em 3,1 milhões de toneladas, volume semelhante ao do ciclo passado. No entanto, a primeira safra apresenta uma queda de 7,3% na área plantada, e a produção deve ficar em 977,9 mil toneladas, um resultado 8% inferior ao da safra anterior.

Em relação às culturas de inverno, cuja colheita da safra 2025 já está em andamento, o trigo é o principal destaque. A Conab indica uma produção de 7,7 milhões de toneladas. Embora as condições climáticas sejam consideradas favoráveis, a companhia alerta que a redução nos investimentos em insumos, como fertilizantes e defensivos, deixou as lavouras mais suscetíveis a doenças e limitou o potencial produtivo, resultando em espigas menores.

Projeções para Mato Grosso

Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, mantém sua posição de destaque na safra 2025/26. A Conab projeta um aumento na área cultivada com soja, estimada em 11,2 milhões de hectares, representando um crescimento de 2,5% em relação à safra anterior. A produção de soja no estado pode alcançar 40 milhões de toneladas, consolidando sua liderança nacional.

Para o milho, a expectativa é de que a área plantada na segunda safra, conhecida como safrinha, atinja 5,5 milhões de hectares, um incremento de 3% em comparação ao ciclo anterior. A produção estimada é de 35 milhões de toneladas, mantendo Mato Grosso como principal produtor do cereal no país.

A produção de algodão no estado também apresenta perspectivas positivas. A área cultivada deve crescer 4%, chegando a 1,2 milhão de hectares, com uma produção estimada de 2,5 milhões de toneladas de pluma. O estado responde por mais de 65% da produção nacional de algodão.

A Conab ressalta, no entanto, que as projeções para Mato Grosso dependem fundamentalmente das condições climáticas ao longo do ciclo produtivo e do manejo adequado das lavouras. A irregularidade das chuvas e os períodos de estiagem registrados nos últimos meses são considerados fatores de risco que podem afetar a produtividade, especialmente nas fases críticas de desenvolvimento das culturas. A companhia continuará monitorando a evolução da safra para fornecer atualizações conforme novos dados sejam coletados em campo.



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