O advogado André Albuquerque, responsável pela defesa do deputado estadual Dilmar Dal'Bosco (DEM), emitiu nota nesta quarta-feira (9) em razão da Operação Chapéu de palha, da Polícia Federal, que investiga fraude em licitação e desvio de recurso público por meio de emendas parlamentares. Conforme o advogado, o parlamentar não é "réu, não é indiciado e nem tão pouco investigado, apenas, foi alvo de busca e apreensão de documentos em sua residência particular, na cidade de Sinop-MT".
Conforme o advogado, o mandado de busca e apreensão na residência do parlamentar foi realizado na "tentativa de encontrar documentos que poderiam ligar o Parlamentar ter qualquer relação com os acusados. Porém, nada fora encontrado que conclua tal ligação do Parlamentar aos envolvidos", alegou.
Ainda salientou que o processo corre em segredo de justiça por envolber acusados que possuem foro privilegiado e por isso não pode dar mais detalhes sobre pessoas ou envolvidos.
"Ao contrário do que vem sendo noticiado pela mídia, o Gabinete do Deputado Dilmar Dal' Bosco, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, não foi, em momento algum, alvo de busca e apreensão. Sequer, houve visita de qualquer policial federal ou outros. Sendo assim, a defesa irá buscar informações junto ao Processo Judicial, para saber quais foram as razões que levaram a tamanha exposição desnecessária para com o Parlamentar, além de outras medidas que entender serem necessárias", reforçou.
Nininho
Quem também negou fazer parte de qualquer esquema foi o deputado estadual Nininho (PSD). Ele também saiu em defesa do seu irmão, o prefeito do município de Itiquira, Humberto Bortolini (PSD). As afirmações foram feitas em entrevista ao RD News.
Nininho se disse surpreso com a ação da PF e afirmou não ter relação com a construtora mencionada na ação. Para o Ministério Público Federal, tanto Nininho como o irmão poderiam ser os chefes da organização criminosa que fraudou licitações e desviou recursos públicos por meuo de emendas parlamentares. No entanto, o MPF disse que precisava de mais subsídios para sustentar esse indício.
O parlamentar ainda afirmou que cabe aos envolvidos esclarecerem o fato, mas destacou que quando houver o esclarecimento, a divulgação não se dará na mesma proporção do momento da operação. O gabinete de Nininho e a prefeitura de Itiquira foram alvos de mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira, no âmbito da Operação Chapéu de Palha.
Construtoras teriam sido usadas em esquema de desvios, aponta MPF
O deputado alegou que não destinou emendas para os municípios onde a empresa possa ter realizado obras.
A operação
Na manhã desta quarta-feira (9), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão. Os alvos da operação batizada como Chapéu de Palha são os deputados Nininho (PSD), Dilmar Dal´Bosco (DEM), Romoaldo Junior (MDB) e o ex-deputado Mauro Savi. Em nota, a Polícia Federal informou que a operação tem como objetivo colher provas para a investigação que apura fraudes à licitação e pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos. A determinação judicial partiu da Justiça Federal em Rondonópolis. Os eventos investigados seriam referentes ao ano de 2013.
Estão sendo cumpridos 39 mandados de busca e apreensão em vários municípios de Mato Grosso (Rondonópolis, Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Alto Taquari, Itiquira, Juscimeira, Jaciara, São Pedro da Cipa, Dom Aquino, Alta Floresta) e Votuporanga (SP).
Savi teve o celular apreendido nesta manhã por agentes da PF em sua residência.
Além da cidade de Itiquira e dos gabinetes na Assembleia Legislativa, a Polícia Federal também cumpriu mandados em uma estabelecimento conhecido como Arcos da Lapa, em Cuiabá. Trata-se de uma casa de festas.
Ao todo, foram empregados mais de 130 policiais federais no cumprimento das ordens judiciais. A Controladoria Geral da União (CGU) participou da fase preliminar de levantamento das informações.