Nesta quarta-feira (16) foram definidos novos concorrentes aos cargos de prefeito, vice-prefeito de Cuiabá e de senador por Mato Grosso, ampliando ainda mais o número de candidatos e a diversidade disponível ao eleitor que vai às urnas no dia 15 de novembro. Alguns especialistas veem esse cenário plural como positivo para a política na Capital e no estado. Outros creem que essa diversidade apenas aponta a falta de lideranças políticas de peso.
“Estamos em um momento de transição na política com candidaturas mais tradicionais e produtos novos. Há uma proliferação de candidaturas e uma competitividade muito grande”, enfatiza o analista político Vinicius de Carvalho.
Segundo ele, por um lado essa ampla gama de possibilidades de escolha é positiva porque há a oferta de opções. Por outro, no entanto, ele acredita em uma certa dificuldade em criar um vínculo com o eleitor.
“Não dá para diferenciar essas candidaturas porque são muitas. Qual a diferença de programa de governo de cada uma? Como elas vão se destacar?”, questiona. “O cenário fica mais rico do ponto de vista político, mas essa quantidade de propostas disponíveis vão acabar se misturando e confundindo o eleitor”, afirma.
Na opinião do jornalista Onofre Ribeiro, o grande número de candidatos revela um vácuo de lideranças consolidadas e de boa qualidade. "Quando há lideranças de boa qualidade, o número de candidatos é muito menor porque se respeita o espaço daquelas lideranças", explica.
A ausência de planos de governo é outro ponto apontado pelo jornalista. Para ele, há muitos anos esse documento, tão importante para nortear a escolha do eleitor, deixou de existir entre os candidatos.
“Agora é o ‘quando chegar lá eu vejo o que faço'. O eleitor está intolerante, o vírus desqualificou o passado e está cobrando o futuro. Fazer praças é importante, mas não é o que o eleitor deseja. Ele não sabe o que quer, mas sabe o que não quer”, observa. “O eleitor não está nem aí para partidos e arranjos políticos. Toda essa engenharia é muito mais para arranjos internos do que para voto”.
Onofre também aposta em um cenário com muitos votos brancos e nulos e em um protagonismo do eleitor jovem.
“Eles se comunicam online pelas redes e estão articulados em grupos. As redes sociais vão definir as eleições. O candidato que souber se comunicar por este canal já sai com uma boa margem de vantagem”.
Nomes
A disputa ao Senado ganhou três novos nomes. O ex-senador e ex-governador Pedro Taques disputa a vaga da ex-juíza Selma Arruda pelo Solidariedade. Não houve o anúncio dos suplentes.
Outro nome já conhecido no cenário político dos mato-grossenses, o Procurador Mauro vai representar o PSOL nessa disputa e tem como suplentes Gonça de Melo e Vanderlei da Guia, respectivamente, formando uma chapa pura, ou seja, sem coligação com outras siglas. É a 8ª eleição da qual o procurador Mauro participa e sua 3ª tentativa ao Senado.
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Pelo Partido dos Trabalhadores concorre o deputado estadual Valdir Barranco, com suplência da professora Maria Lúcia (PCdoB) e da ex-vereadora Enelinda Scala (PT).
Na disputa pela prefeitura de Cuiabá entram o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PT) e a professora Vera Bertolini (PT) como vice. Julier disputou as eleições em 2016 ao governo do estado.
O PSL lançou o advogado Aécio Rodrigues como candidato a prefeito e Luiz Antônio de Carvalho (PRTB) como vice.
