A Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) divulgou nota de repúdio contra as declarações do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), feitas durante entrevista coletiva na Câmara Municipal nesta terça-feira (19). No parlamento, ao ser questionado sobre polêmicas recentes envolvendo a educação, o prefeito criticou a qualidade do ensino no Brasil e acusou a UFMT de oferecer formação precária.
“Mesmo que a UFMT seja uma bosta do jeito que tem sido, infelizmente, são os mais abastados que conseguem entrar lá”, disparou. O prefeito ainda disse que estudantes da rede pública acabam em faculdades privadas de “baixa qualidade”, pagando Fies, enquanto os alunos de escolas particulares conseguem ingressar nas universidades federais.
De acordo com a instituição, as falas do gestor foram classificadas como “ofensivas, inverídicas, irresponsáveis e desrespeitosas” em relação à comunidade acadêmica. A UFMT ressaltou seu papel de mais de cinco décadas na formação profissional, na produção científica e no desenvolvimento social, econômico e cultural do Estado.
O documento também rebateu informações apresentadas pelo prefeito. Segundo a nota, a UFMT reserva 50% de suas vagas para cotas, além de manter políticas de assistência estudantil voltadas a alunos em situação de vulnerabilidade social e econômica. Essas ações, afirma a universidade, garantem inclusão e ampliam o acesso ao ensino superior de jovens negros, indígenas e egressos da rede pública.
A faculdade destacou ainda a qualificação do corpo docente, composto majoritariamente por mestres e doutores, e lembrou que o curso de Direito da UFMT figura entre os melhores do país em rankings nacionais.
Para a instituição, as tentativas de desqualificação da universidade pública configuram “ataque direto à educação pública, gratuita e de qualidade”, prevista na Constituição.
Ao final, a Faculdade de Direito reafirmou solidariedade à comunidade universitária e conclamou a sociedade a defender a UFMT e as instituições públicas de ensino superior.
