O governador Mauro Mendes (União) reafirmou que o projeto escolhido para dar fim a problemática do Portão do Inferno é o túnel. O posicionamento do gestor foi dado a jornalistas na última terça-feira (19), após ser questionado sobre o tema. Havia dúvidas, uma vez que o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Marcelo Oliveira, afirmou que o modelo de intervenção ainda não estava definido.
“Nada mudou daquilo que eu informei na minha última coletiva. Foi apresentado para mim uma engenharia de valor, na verdade, de uma solução. Essa engenharia de valor foi aprovada e está nesse momento fazendo o projeto básico para definir. E é um túnel que será apresentado”, disse.
A promessa era de que a licitação para a obra ocorreria ainda no mês de agosto. No entanto, com a proximidade do final do mês, pode ser que esse prazo não seja cumprido. A princípio, o governo de Mato Grosso havia optado pelo retaludamento do Portão do Inferno. Contudo, depois de um ano e meio, constatou que não era a melhor opção, por não haver possibilidade de executar o projeto. O governo insistiu em uma “solução” que já era apontada como impróprio por especialistas da Universidade Federal de Mato Grosso.
O estado chegou a aplicar cerca de R$ 10 milhões para o corte do morro, mas ao final recuou pela inviabilidade. Na sequência, afirmou que ao invés de retaludamento, o túnel seria a escolha para o local. A medida chegou a ser publicada oficialmente no site da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística. Entretanto, o secretário da pasta disse que essa decisão não estava tomada e externou uma divergência entre ele e o governador Mauro Mendes.
Os mesmos técnicos que apontavam o retaludamento como intervenção imprópria, afirmam que a decisão mais acertada para a região seria a construção de um viaduto. A intervenção é mais onerosa, mas também a que traz menor impacto social e ambiental. Ainda descarta de vez os problemas com deslocamento de blocos por afastar o trânsito da escarpa do morro. Os motoristas ainda ficam suscetíveis aos deslocamentos de bloco na entrada e saída do túnel.
O Ministério Público Federal (MPF) acompanha o processo e cobra que as soluções respeitem as condicionantes ambientais estabelecidas no licenciamento vigente. O procedimento foi instaurado para monitorar as ações da Secretaria de Infraestrutura e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsáveis por assegurar a preservação da área.