O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), defendeu nesta quarta-feira (31) a oferta de cargos na Mesa Diretora para o PL, partido do candidato derrotado à presidência da Casa, Rogério Marinho (RN). Segundo ele, é importante retomar o critério de proporcionalidade para a distribuição de espaços tanto no comando da Casa quanto nas comissões temáticas.
A Constituição, no artigo 58, determina que a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares será assegurada na distribuição dos espaços "tanto quanto possível".
Na avaliação de Wagner, o constituinte incluiu a ressalva para evitar problemas quando não houvesse comissões para todos os partidos. Ela é usada, no entanto, para justificar critérios políticos na escolha dos senadores.
Aliados de Pacheco vêm afirmando que PL deve ser alijado dos principais cargos depois da campanha agressiva em favor de Rogério Marinho.
Mas rever o acordo para a distribuição de espaços pode ser estratégico também para o PT. Nas negociações, Pacheco se comprometeu em entregar a 1ª Secretaria para o senador Rogério Carvalho (PT-SE), mas deixou os petistas fora das principais comissões temáticas.
A CCJ (Constituição e Justiça) deve ser comandada por Davi Alcolumbre (União-AP), a CAE (Assuntos Econômicos) por Otto Alencar (PSD-BA) e a CRE (Relações Exteriores) por Renan Calheiros (MDB-AL).
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), 46, derrotou o ex-ministro de Bolsonaro Rogério Marinho (PL-RN) e foi reeleito nesta quarta-feira (1º) para mais dois anos de mandato.
O vencedor obteve 49 votos ante 32 do adversário.
O resultado da eleição na Casa representa uma segunda derrota do bolsonarismo e dá mais uma demonstração de força do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um mês após o início do seu mandato.