NOTICIÁRIO Quinta-feira, 25 de Dezembro de 2025, 10:14 - A | A

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RETRATO DA VIOLÊNCIA

Morre Tainara, vítima arrastada por ex-companheiro na Marginal Tietê

Da Redação

Tainara Souza Santos, de 31 anos, morreu na noite desta quarta-feira (24), no Hospital das Clínicas, na zona oeste de São Paulo, após 25 dias de internação decorrentes de um atropelamento brutal e arrastamento ao longo da Marginal Tietê. A informação foi confirmada por familiares e pela advogada que acompanhava o caso. 

O caso, que chocou o Brasil no final de novembro, começou na madrugada do dia 29 de novembro, quando Tainara foi atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro na região norte da capital paulista. O veículo era conduzido por Douglas Alves da Silva, de 26 anos, ex-companheiro da vítima, que foi preso no dia 30 de novembro e respondia por tentativa de feminicídio — com a morte de Tainara, o crime pode ser reclassificado. 

Durante o período em que esteve internada, Tainara passou por múltiplos procedimentos cirúrgicos, incluindo a amputação das duas pernas abaixo dos joelhos e novas intervenções na tentativa de salvar sua vida. Apesar dos esforços médicos, seu quadro se agravou nos últimos dias de internação.

Despedida da família

Nas redes sociais, a mãe de Tainara, Lúcia Aparecida Souza da Silva, publicou uma mensagem emocionada anunciando o falecimento da filha. “É com muita dor que venho avisar que nossa guerreirinha Tay nos deixou… Agradeço todas as mensagens de oração, carinho e amor… acabou o sofrimento”, escreveu. 

Tainara deixa dois filhos, um menino de 12 anos e uma menina de 7 anos. Ainda não foram divulgados horário e local do velório e sepultamento. 

O caso de Tainara ocorre em um contexto alarmante de violência contra as mulheres no Brasil. Somente em 2025, mais de mil mulheres foram vítimas de feminicídio. 

O crime e a prisão

De acordo com a investigação, a vítima havia deixado um bar no bairro Parque Novo Mundo, Zona Norte de São Paulo, quando foi surpreendida pelo ex-companheiro. Testemunhas e imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o motorista avançou com o veículo contra Tainara, que caiu e ficou presa sob o carro, sendo arrastada pela via expressa, uma cena que revoltou a população. 

Douglas Alves da Silva foi localizado e detido pela polícia na zona leste da capital paulista no dia seguinte ao crime. Durante a prisão, ele teria oferecido resistência e chegou a ser ferido por um disparo acidental feito por um policial. 

Repercussão e debate público

O episódio gerou repercussão nacional e reacendeu o debate sobre violência contra a mulher e feminicídio no Brasil, temas que têm mobilizado organizações e movimentos sociais em todo o país diante dos índices persistentes de crimes motivados por gênero. 

Especialistas destacam que, apesar de avanços na legislação com a tipificação do feminicídios, índices ainda refletem uma cultura profundamente enraizada de desigualdade e violência, exigindo políticas públicas mais eficazes de prevenção, proteção e apoio às vítimas. 

Mais do que números, os casos de feminicídio representam vidas interrompidas e famílias devastadas. A morte de Tainara se soma às estatísticas e reforça a necessidade de uma atuação coordenada entre sociedade e Estado para combater, de forma efetiva, a violência de gênero no Brasil.



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