Mato Grosso registrou 28 novas mortes nas últimas 24 horas em decorrência do novo coronavírus. Com isso, o total de óbitos no estado chega a 1.105. Assim como crescem as mortes, aumenta também a quantidade de contaminados. Já são 29.279 infectados pela doença, sendo que no intervalo de um dia foram contabilizados 488 novos casos.
De acordo com reportagem divulgada pela Agência Estado, as regiões Sul e Centro-Oeste são as que registram, neste momento, maior avanço da doença. No Centro-Oeste, entre a primeira semana de junho e esta segunda-feira (13), a média de mortes por dia foi de 19 para 114, uma variação de 500%.
Em Mato Grosso, entre casos confirmados, suspeitos e descartados para a Covid-19, há 247 internações em UTI e 350 em enfermaria. Isto é, a taxa de ocupação está em 89,8% para UTIs e em 51,4% para enfermarias. Houve um alívio na ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva. Até ontem haviam apenas 5 leitos disponíveis no Sistema Único de Saúde, mesmo com a ampliação de 29 vagas no último final de semana.
O pesquisador Emerson Santos, da Universidade Federal de Mato Grosso, pontua que é preciso controlar o contágio da doença a patamares que o SUS sustente. Para ele, não adianta inaugurar novas UTIs sem conter o avanço da doença, porque os esforços serão sempre insuficientes.
De acordo com Santos, para cada 1.000 pessoas infectadas, 30 evoluirão para óbito.
O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, pondera que a única alternativa para conseguir controlar a onda de contágio é o isolamento social rigoroso, medida que Mato Grosso não conseguiu adotar efetivamente. Neste momento em que os números crescem exponencialmente, o lockdown está sendo feito em municípios como Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis por força de determinação judicial.
Já o município de Chapada dos Guimarães adotou as medidas de quarentena coletiva em função de aparecer na classificação da Secretaria Estadual de Saúde, como cidade com risco muito alto de transmissão do novo coronavírus. A medida, que começou no domingo, se estenderá por 14 dias. A multa para quem descumprir a medida é de R$ 10 mil. Nesse período estão liberadas para funcionamento apenas as atividades essenciais e há toque de recolher das 23 às 5 horas.
A previsão é que até o fim de julho o Brasil registre 2,5 milhões de casos de coronavírus e 90 mil mortes. A estimativa foi feita pelo grupo CovidAnalytics, composto por economistas da PUC-RJ e da FGV, que vem tendo um dos melhores índices de acerto nas previsões de curto prazo sobre a epidemia, com margem de erro de apenas 2%.