A data de 19 de dezembro de 2024 ficará marcada na história de Mato Grosso não apenas como um dia de corte de fitas, mas como o momento em que o estado enterrou, definitivamente, um dos seus maiores símbolos de descaso público. De acordo com informações do jornalista Lucas Rodrigues, da Agência Secom-MT, a inauguração do Hospital Central de Alta Complexidade representa a materialização de um compromisso que atravessou gerações. O evento, cercado de simbolismo e presença das maiores autoridades do estado, celebrou a entrega de uma unidade que, por mais de três décadas, foi apenas um esqueleto de concreto servindo de lembrança sobre a ineficiência administrativa do passado.
O governador Mauro Mendes, em um discurso de forte teor argumentativo e emocional, não poupou palavras para definir a nova referência da saúde estadual. Para ele, a entrega prova que é possível romper o estigma da precariedade no setor público. Mendes defendeu que o cidadão que depende do SUS tem o direito de ser atendido em um ambiente com o mesmo padrão dos grandes centros privados do país. "É possível ter um hospital 'de rico' oferecido de graça para todo cidadão", afirmou o gestor, sublinhando que a qualidade não é um luxo, mas um direito que se torna viável através de uma gestão fiscal austera e focada em resultados tangíveis.
A repercussão nos principais portais de notícias de Cuiabá, como Olhar Direto e MidiaNews, ecoou o sentimento de alívio e otimismo da população. Analistas políticos locais observam que a entrega do Hospital Central é o "coroamento" de um ciclo de investimentos que tirou Mato Grosso da insolvência para colocá-lo como um canteiro de obras de infraestrutura e serviços. O impacto para a Baixada Cuiabana e para os municípios do interior é imediato, uma vez que a unidade desafoga outros hospitais e centraliza procedimentos que antes exigiam o deslocamento de pacientes para outros estados ou para a rede privada de alto custo.
A excelência sob a marca Einstein: Um salto qualitativo
O grande diferencial estratégico deste projeto não reside apenas nas suas paredes de alto padrão, mas na inteligência que ocupará seus corredores. A gestão da unidade será realizada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, reconhecido internacionalmente como o melhor hospital da América Latina. Trazer a expertise de uma instituição que é referência mundial em segurança do paciente e protocolos clínicos é uma jogada de mestre para garantir que a estrutura física não se degrade com o tempo e que o atendimento mantenha um rigor técnico sem precedentes na saúde pública mato-grossense.
Em termos de infraestrutura, os números são superlativos. O que antes eram apenas 9 mil metros quadrados de uma obra inacabada transformou-se em um complexo de 32 mil metros quadrados. O Hospital Central conta agora com 287 leitos — sendo 99 pediátricos e 188 para adultos — além de uma robusta estrutura de 96 leitos de Terapia Intensiva (UTI). Com 10 salas cirúrgicas e uma sala híbrida equipada com tecnologia de hemodinâmica de última geração, a unidade está preparada para realizar cirurgias cardíacas e neurocirurgias de alta complexidade que, até então, possuíam filas de espera angustiantes no estado.
O arcabouço jurídico e a segurança da gestão
Sob o aspecto jurídico, a viabilização do Hospital Central e sua gestão por uma entidade de renome como o Albert Einstein baseiam-se na Lei das Organizações Sociais (Lei Federal nº 9.637/1998 e legislações estaduais correlatas). Este modelo de contrato de gestão permite que o Estado transfira a operação de serviços públicos para entidades do terceiro setor, mantendo o controle sobre as metas de desempenho e a qualidade do serviço. A escolha do Einstein, através de um processo de seleção rigoroso, garante que a execução do contrato seja pautada pela transparência e pelo cumprimento de indicadores de saúde, protegendo o erário de desperdícios comuns em gestões puramente burocráticas.
Além disso, a sustentabilidade financeira da unidade está amparada no robusto ajuste fiscal promovido pelo Executivo estadual nos últimos anos. Juridicamente, a manutenção de um hospital deste porte exige uma dotação orçamentária impositiva e o respeito aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ao garantir o equilíbrio das contas públicas, o governo de Mato Grosso criou a segurança jurídica necessária para firmar parcerias de longo prazo e assegurar que o Hospital Central não sofra com a descontinuidade de recursos que vitimou o projeto original nas décadas de 80 e 90.
A prospecção de atendimento é ambiciosa: quando estiver operando em sua plenitude, o hospital deve realizar anualmente cerca de 31 mil consultas, 52 mil exames e mais de 5,4 mil cirurgias. Mais do que estatísticas, esses dados representam vidas que serão preservadas pela agilidade no diagnóstico e na intervenção cirúrgica. A inclusão de equipamentos de alta tecnologia e uma estrutura voltada para o acolhimento humanizado sinalizam que o Governo do Estado compreendeu que a saúde de alta complexidade exige, acima de tudo, precisão.
O secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, destacou que a equipe seguiu à risca a cobrança por um padrão de excelência comparável aos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein. Para os militantes e líderes de opinião que acompanham a política estadual, o Hospital Central torna-se um "case" de sucesso que pode ser replicado em outras áreas da administração. Em Cuiabá, a inauguração foi recebida como uma resposta contundente aos críticos da gestão, consolidando Mauro Mendes como um gestor que prioriza a eficiência técnica sobre a retórica populista.
Ao final deste processo de 34 anos, o Hospital Central deixa de ser uma ferida aberta na paisagem urbana para se tornar o coração de um sistema de saúde que busca o topo da pirâmide de qualidade no Brasil. Se a promessa de um "hospital de rico para todos" se mantiver fiel à excelência do Einstein, Mato Grosso terá dado o passo definitivo para sair das páginas policiais de escândalos na saúde para as páginas de referência em gestão pública moderna e eficiente.






