NOTICIÁRIO Terça-feira, 11 de Novembro de 2025, 07:20 - A | A

Terça-feira, 11 de Novembro de 2025, 07h:20 - A | A

PREJUÍZO NA REDES

Operação “Domínio Fantasma” mira esquema milionário de fraudes digitais em MT

Da Redação com Assessoria

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta terça-feira (11), a Operação Domínio Fantasma, com o objetivo de desmontar um esquema criminoso responsável por fraudes eletrônicas em larga escala e pela criação de empresas de fachada usadas para lavar milhões de reais provenientes dos golpes.

A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), teve início após um alerta da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) sobre a abertura atípica de empresas por um único contador. Entre 2020 e 2024, o suspeito registrou 310 empresas, das quais 182 já estavam inativas. Quase todas estavam ligadas a um mesmo endereço na capital. No local, funcionava apenas uma sala comercial sem identificação, mas que servia como sede fictícia para dezenas de CNPJs.

Segundo a Polícia Civil, essas empresas eram criadas em nome de “laranjas”, muitos deles jovens de baixa renda de outros estados, usados para ocultar a real autoria dos golpes. Os CNPJs eram então utilizados para registrar sites de e-commerce falsos, que vendiam desde brinquedos até roupas, passando pela clonagem de páginas de marcas conhecidas, como no caso de uma empresa do ramo de cosméticos.

Ao todo, 33 ordens judiciais foram cumpridas em Cuiabá e Sorriso, incluindo um mandado de prisão preventiva contra o suposto mentor do esquema. Ele é contador e utilizava seu conhecimento técnico para abrir centenas de CNPJs e viabilizar golpes de comércio eletrônico.

Também foram executados sete mandados de busca e apreensão, duas medidas cautelares diversas de prisão, além do sequestro de R$ 5 milhões em valores, imóveis e veículos de luxo. Houve ainda o cumprimento de sete quebras de sigilo de dados telemáticos, suspensão de perfis em redes sociais, sites e atividades econômicas vinculadas ao grupo.

As determinações foram expedidas pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz das Garantias de Cuiabá.

Golpes espalhados pelo país

O contador se apresentava nas redes sociais como especialista em contabilidade digital para dropshipping e iGaming. Os sites falsos eram impulsionados por anúncios patrocinados em plataformas digitais, atraindo consumidores de diversos estados. As vítimas realizavam compras via Pix ou cartão de crédito, mas nunca recebiam as mercadorias. Diversos desses sites acumulavam queixas no “Reclame Aqui”.

A polícia aponta que o grupo atuava de forma estruturada e estável, movimentando grandes valores e utilizando empresas de fachada para lavar o dinheiro obtido ilicitamente.

A operação contou com apoio de diversas unidades especializadas da Polícia Civil, entre elas a Deccor, Defaz, Decon, Delegacia de Sorriso e Core. A Politec e a Sefaz também auxiliaram no cumprimento das diligências, sob coordenação da Cecor (Coordenadoria de Enfrentamento ao Crime Organizado).

A Polícia Civil segue aprofundando as investigações para identificar outros envolvidos e a real dimensão do prejuízo causado às vítimas em todo o país.

 



Comente esta notícia

Nossa República é editado pela Newspaper Reporter Comunicação Eireli Ltda, com sede fiscal
na Av. F, 344, Sala 301, Jardim Aclimação, Cuiabá. Distribuição de Conteúdo: Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Campo Verde, Nova Brasilândia e Primavera do Leste, CEP 78050-242

Redação: Avenida Rio da Casca, 525, Bom Clima, Chapada dos Guimarães (MT) Comercial: Av. Historiador Rubens de Mendonça, nº 2000, 12º andar, sala 1206, Centro Empresarial Cuiabá

[email protected]/[email protected]

icon-facebook-red.png icon-youtube-red.png icon-instagram-red.png icon-twitter-white.png