O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (União) disse respeitar a decisão do governador Mauro Mendes (União) de nomear como secretário-chefe da Casa Civil o deputado federal Fábio Garcia (União), mas analisou que a ida do correligionário para o Governo não muda o cenário.
Fábio Garcia e Botelho disputam dentro do União Brasil a vaga para concorrer a prefeitura de Cuiabá nas eleições de 2024. A postura do governador, que também é presidente estadual do União Brasil, de chamar Garcia para ocupar a vaga deixada com a ida de Mauro Carvalho para o Senado Federal foi vista como uma forma de “inflar” a pré-campanha do federal na capital.
Carvalho foi empossado na vaga de Wellington Fagundes (PL) na tarde desta quarta-feira. O senador se licenciou pelo período de 121 dias para realizar cirurgias nos ombros.
“Acho que não vai mudar em nada. A Casa Civil não acho que seja espaço que dê tanta visibilidade assim. O que dá pra fazer, ele já está fazendo. Já está indo entregar cesta básica, o que mais ele vai fazer na Casa Civil, além do que ele já estava fazendo? Nada, por isso que estou dizendo”, disse o presidente da Assembleia, que também tem feito campanha pesada para viabilizar seu nome na disputa, com muito corpo a corpo por Cuiabá.
Botelho afirmou respeitar a decisão do governador. “Eu vejo isso como normal. Quem quer entrar em uma disputa dessa não pode ficar reclamando de algum jogo que qualquer concorrente faça. Então, acho isso normal. O governador tem essa prerrogativa e é uma oportunidade que ele está vendo de dar essa visibilidade para o Fábio e isso é normal, faz parte da democracia, não tem nada de errado”, analisou.
Para o presidente da Assembleia, a ida de Fábio para a Casa Civil seria uma tentativa do governador de dar mais capilaridade ao parlamentar. Não obstante, a manobra também atende a um compromisso de campanha de abrir espaço para que a primeira suplente Gisela Simona assuma a cadeira na Câmara Federal. A previsão é que Fábio deixe o cargo no parlamento na segunda-feira. A data de sua posse como secretário ainda não foi definida.
“Tem um lado bom que prestigia a suplente de deputado e evidentemente que ele também está usando isso para dar uma capilaridade maior para o Fábio. Faz parte do jogo político e democrático. Não tem nada de anormal, nem irregular e nem imoral”.
Cabe a Casa Civil garantir o bom relacionamento entre os Poderes, logo Garcia tratará diretamente com a Assembleia Legislativa. Para Botelho, o tratamento será o mesmo dispensado a Mauro Carvalho. “Nós temos um relacionamento de independência e não vejo problema nenhum”.
Ficou acertado dentro do União Brasil que a escolha do nome que disputará a prefeitura da capital ocorrerá apenas em 2024. Enquanto isso, Botelho e Garcia intensificam as ações para fortalecimento dos respectivos projetos.